Por mais que meu coração estivesse quase em minha boca, buscava manter minha calma, andando de um lado para o outro, normalizando minha respiração. Realmente estava nervosa.
Havia acordado cedo. Mesmo com a oportunidade de poder acordar um pouco mais tarde, estava ansiosa demais para minha conversa com o Sr. Ragi e de como iria dizer que estava me demitindo. Planejei diversas formas de como falar com ele. Mil possibilidades de como seria sua reação passavam pela minha cabeça, mas pelo jeito em que ele estava por esses dias, não conseguia imaginar nada mais do que um enorme surto do homem.
Pensava bastante nas amizades em que havia feito no trabalho e de como as meninas da cozinha me alertavam e me ajudavam. Sentia realmente uma leve tristeza em relação a elas, já que quando você passa um tempo, convivendo com pessoas desde o amanhecer até o fim da noite, laços são criados. Por algum tempo, eu pensei que pudesse suportar certas atitudes do Sr. Ragi, se tivesse o apoio das meninas, e com a capacidade das mesmas sempre me fazerem rir. Mas acho que nenhuma delas tinham a responsabilidade sobre mim lá dentro. E pensando bem, nenhuma delas parecia realmente felizes lá. Apenas tentavam suportar dia após dia, tentando lidar com a droga que era trabalhar no restaurante.
Elas não tinham opções, assim como eu tinha, de simplesmente ter o luxo de deixar esse emprego. Não tinham um apoio, como eu tinha a Anne. Tinham na verdade família, filhos para cuidar e estudos para pagar. Eram a prova viva de que pela necessidade, suportavam tudo. Era fortes.
Me questionava se estava desistindo fácil demais, ou se era burra o suficiente para ainda querer insistir em algo que claramente está me fazendo mal.
— Rebecca.
As duas batidas na porta me acordam de meu pensamentos.
Com minhas sobrancelhas arqueadas, juntei minhas mãos sobre meu peito, olhando atenta para a porta. Meu sorriso foi inevitável, um tanto confuso. Não sabia se estava tendo algum tipo de delírio, mas parecia. Esperava ouvir de novo meu nome para ter certeza de que não estava doida. Não pensei que veria Harry tão cedo. Para ser sincera, pensei que como na última semana, ele fosse simplesmente desaparecer. Assim como ele disse, estaria ocupado e que não me veria com frequência. Pensei que isso valeria por hoje. Mas aparentemente não.
Arrumei minha roupa checando no espelho se estava tudo certo, seguindo em direção a porta com rapidez.
Assim que puxei o trinco, pude ter certeza de que realmente era ele.
— Harry! - mostrei meu sorriso mais largo.- Bom dia!
O homem estava parado, com as duas mãos nos bolsos da calça e uma feição calma. Aparentemente, ele não estava mal-humorado como sempre. Tinha o cabelo um pouco bagunçado, mas isso não o deixou feio, pelo contrário, Harry estava estranhamente mais bonito hoje. Na verdade, como sempre.
— Está bem Rebecca? - sua voz saiu um pouco mais rouca que o normal.Ele parecia ter acabado de acordar, mas seu rosto não parecia inchado. Foi então que eu notei que ele estava com as mesmas roupas de ontem, e se minhas observações estiverem certas, Harry havia dormido aqui e não em sua casa. O que não faz muito sentido pois, ele provavelmente deve ter alguma peça de roupa em seu quarto. Estranho.
— Sim e você? O que faz aqui tão cedo? Dormiu bem ? - questionei rapidamente.
Harry não mudou sua posição ou se moveu. Apenas respirou fundo, analisando meu rosto. Ele estava com olheiras, um pouco mais escuras do que antes. Parecia cansado.
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As cores em você |H.S| 🦋
FanfictionHarry Styles é um florista mal humorado que vê o dia cinza todos os dias, LITERALMENTE. Com uma doença que o impede de ver as cores, algo maluco acontece quando sua mais nova funcionária com desastre escrito em sua testa, derruba um vaso em sua cabe...