Capítulo 42

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     Harry ainda estava dentro da cafeteria. O homem disse que iria ao banheiro e logo depois iria pagar a conta, mas pude ver que ele atendeu uma ligação  e que provavelmente iria demorar.  Então mesmo sabendo que ele não iria gostar nada de saber que eu havia simplesmente pagado a conta, fiz questão de fazer.

    O que no começo me fez pensar, que pessoa em sã consciência vê problema em NÃO ter que pagar algo? Pois bem, Harry era esse tipo de homem. Machista que não deixa a mulher pagar a conta? Não, rico. E eu logo depois de ter pagado me arrependi. Era óbvio que ele iria insistir para pagar a conta, aquele lugar era um absurdo de caro. Depois de notar o valor caríssimo do suco de laranja que eu ainda estava bebendo, bateu um enorme arrependimento. Tinha certeza que eles estavam cobrando pelo ar que estava respirando dentro daquele recinto. Caiu a ficha de que deixar Harry irritado não valia assim tão caro. Se ele tinha dinheiro, deveria aproveitar o seu bom coração.

   Levando em conta o dinheiro que iria ganhar de Harry no meu mais novo emprego, acho que poderia buscar bajular meu chefe de agora em diante.  O homem me mostrou meu contrato e me explicou exatamente sua proposta. Por mais que sentisse o clima mais leve, ele parecia focado e sério ao me falar sobre minhas funções e assim que terminou de explicar, me perguntou se eu  havia gostado de meu salário e que  podíamos negociar uma quantia que pudesse ser melhor para nós dois. Era a primeira vez que isso me acontecia, e o que eu soube dizer era a realidade. Se ele achava que aquele valor era justo, então seria aquele. Não podia  dizer algo, se sequer havia trabalhado ainda.

  Estava ansiosa e nervosa. Mas ele me tentou me tranquilizar. Disse que Matt havia ensinado algumas coisa a Lorena ao notar que teria que sair da cidade, e dessa forma minha amiga poderia me ajudar. Aquilo pareceu diminuir a tensão em minhas costas. Mas não totalmente. O medo e a insegurança ainda estavam soprando paranóias em minha cabeça. Eu estava feliz ao pensar que iria trabalhar para ele, não conseguia negar. No entanto, ele parecia tão difícil de lidar e eu também.

   Tudo o que eu não queria que acontecesse fosse algum tipo de desentendimento. Não mais. Concordei comigo mesma que, mesmo ainda chateada, iria esquecer tudo que aconteceu.  Passado. Mas não era assim tão fácil.

  Olhei para dentro da cafeteria na esperança de ver Harry, só que ele anda não saiu do banheiro. Que demora. Suspirei bebendo um pouco de meu suco e observando o movimento da cidade naquele momento. Aquela rua era repleta de lojas resumidamente caras. Poderia ver pelas vitrines que com toda certeza era um lugar no qual eu não iria entrar. E eu já deveria esperar que a cafeteria fosse do mesmo nível.

      Quando passei meus olhos pela loja que ficava bem ao lado da cafeteria onde eu estava, o homem sendo seguido por um homem e uma mulher cheio de sacolas, surgiu. Podia simplesmente ignorar aquela cena, mesmo que fosse extremamente desconfortável a forma na qual as pessoas que carregavam as sacolas estavam simplesmente cheios de peso. Mas o que me chamou a atenção mesmo, foi o fato de que o homem em questão, sorriu para mim assim que me viu. Infelizmente reconhecia Hugo de longe.

— Willou, querida! — ele se aproxima me dando dois beijinhos na bochecha.

  Eu sequer soube o que fazer, já que ele me pegou de surpresa. Assim que se afastou, pareceu olhar para o restaurante em busca de algo e eu fiz o mesmo, mas Harry ainda não apareceu.

— O que faz por aqui?— perguntou esbanjando um sorriso. — Fazendo umas comprinhas?

— Não, não. — neguei. — Eu só estava...

— É claro que não. — me interrompe —  Me diz, como anda o emprego?

   Aquela era pergunta muito específica na qual eu não compreendi exatamente o motivo pelo qual ele fez. Me lembrei que ele havia me oferecido uma vaga de emprego e logo depois a desfez, mas de qualquer forma, não era lá uma razão para ele querer saber sobre minha carteira de trabalho.

As cores em você |H.S| 🦋Onde histórias criam vida. Descubra agora