As cores em você |H.S| 🦋

Capítulo 33

  Nos panfletos em que foram entregues na rua hoje, havia um cupom que era destacado. A cada pessoa que parecia com os cupons, ganhava os descontos. Dessa forma, se houvesse bastante cupons, eu iria ganhar uma certa quantia como comissão. Eu realmente não pensei que as pessoas nas quais pegaram os folhetos com Harry, iriam realmente ir até o restaurante, mas sim, elas foram. A quantidade de cupons entregues era grande e meu chefe contava agora em minha frente, fazendo cada vez mais caretas ao notar que os números só cresciam.   

     Eu não podia dizer para meu chefe que o responsável pelo movimento dobrado da ala feminina do restaurante Japonês, foi por culpa de Harry, o homem de olhos verdes, bonito, alto e com um sorriso simplesmente adorável. Na verdade, achei bem engraçado o mesmo que sequer sorria, resolver mostrar os dentes assim, parecendo todo animado. Queria simplesmente perguntar ao mesmo o motivo de tanta alegria, mas apenas fiquei em silêncio. Harry havia me ajudado. E a única coisa que podia fazer era agradecer, e fingir para meu atual chefe que eu, apenas eu, era a responsável pela incrível e adorável  façanha de divulgar o restaurante.

  
— Está aqui o valor que combinamos e o dinheiro da sua comissão. - o japonês sorri - Muito Obrigado por seu serviço, nem os meus melhores funcionários fizeram um trabalho como o seu. O movimento foi alto. Gostaria de trabalhar depois de amanhã também? Se quiser, o dia é seu.

   Sorri conformando rapidamente com a cabeça.

— Eu realmente iria gostar, mesmo. - passei a mão pelo cabelo.

— Então tudo bem, perfeito. Nos encontramos depois de amanhã.

   Não sabia se tinha dó do homem, por acreditar que eu sozinha seria capaz de conseguir entregar tantos panfletos, ou se tinha dó de mim, por dar oportunidade a meu atual chefe, de se decepcionar comigo outro dia. Agarrei meu dinheiro colocando em minha bolsa e me despedir com um aceno, caminhando em direção a saída do restaurante.

   Estava cansada, mas não completamente esgotada. Meu corpo estava doendo, mas as coisas não estavam tão ruins.

    O meu dia, ao contrário do que eu pensei que seria, foi bom. A sol escaldante foi aliviada pelo vento no fim da tarde e o clima ficou agradável.  Após comprar alguns sanduíches e comer junto comigo, Harry passou o restante da hora de meu almoço me fazendo companhia. Foi a coisa mais inesperada para mim, e eu não pude deixar de jogar na cara dele o quão ele estava menos insuportável e que a companhia dele não estava tão ruim. Não podia demonstrar o quanto eu gostei. E ele parecia que também não queria dar o braço a torcer,  dizendo que estava ali apenas para ter certeza de que eu iria comer bem e porque Anne havia pedido.

     Eu sabia que podia ser verdade, mas independentemente, eu gostava. Eu não queria causar esse sentimento, mas quando ele dizia se importar e se preocupar, eu gostava.

  Segui em caminho a um ponto de ônibus, e eu sequer sabia se nele passava a linha que me levava até em casa. Mas ali sempre havia um papel informando, então iria até ali mesmo assim. Enquanto arrumava as coisas em minha bolsinhas,  sorri para mim mesma, tirando dali o que estava ocupando grande parte do espaço, o lenço que Harry havia me emprestado. Me lembrava da quantidade de suor que enxuguei com o pedaço de pano, e assim que o cheirei o mesmo, tive a confirmação de que antes de entregar ao homem, realmente deveria lavar.

   Não demorou muito para chegar ao ponto e suspirei ao ver que realmente não passava ali. Caminhei até o próximo, notando por fim que era o mesmo ponto perto da floricultura. Poderia simplesmente dar uma passadinha lá, e por sorte, destino ou bondade, Harry me daria uma carona. Mas aí, repensei bem e só pude pensar o quão eu seria patética e interesseira. Me lembrava muito bem da primeira vez que andei de carro com Harry e de como ele deixou claro que não queria ficar me dano carona. Harry estava bondoso,  mas não podia abusar. Do jeito que era bipolar, daqui a uns dias ele estava novamente todo sério. Coisa que eu não queria.