Capitulo 67

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    O bar lanchonete não estava tão cheio, mas havia uma quantidade significativa de pessoas ali. Pessoas que eu até conhecia de vista, que trabalhavam pelas redondezas e passavam na frente da floricultura ou frequentava o lugar durante a hora do almoço.

   A noite estava agradável. Divertida.   Niall estava junto com um senhor barrigudo, que eu acreditava ser o dono da lanchonete. Ambos pareciam montar os aparelhos no pequeno palco.  Gemma, Lorena, Marina e Miguel estavam a mesa bem ao canto do lugar, quase escondidos. Conversavam animados, fazendo bagunça  e as gargalhadas podiam ser ouvidas daqui. Isso sem sequer beber uma gota álcool. Imaginava quando as biritas chegarem. Inclusive era o que eu estava fazendo, esperando a bebida deles ficarem prontas. Escorada no balcão do bar, observava o movimento na cozinha que ficava mais a frente do local. O  lugar era basicamente divido em dois, mais a frente tinha uma lanchonete calma, aqui no fundo, descendo apenas um degrau, as coisas já eram mais agitadas. Havia o bar, um espaço para dança e um mini palco. Era um lugar bonito.

O momento mais aguardado por mim era a chegada do meu pedido,  um enorme X burguer com fritas.  Estava com medo de alguma garçonete levar minha comida a mesa, e o quarteto animadinho roubar ela de mim.

  Senti um leve toque em meu ombro, e logo pude ver a imagem feminina passar por mim.
   

— Só um minutinho Willou. — Camilla passou para dentro do balcão,  se abaixando pela pequena entrada. — Qual foi seu pedido mesmo? Espera!!! Eu vou me lembrar.  Duas garrafas de cerveja, um  Whisky puro, o seu refrigerante e o Shopp do Niall.

   Ela estralou os dedos dando as costas, colocando uma bandeja de alumínio a minha frente. Camilla era  uma das garçonetes, mas que a noite se tornava uma  barwoman. A mais talentosa em que já conheci sem sombra de duvidas. Bom,  minha palavra talvez não valesse tanto já que era uma novidade para mim, mas eu achava incrível. Ela fazia coisas legais,  e eu achava que cachaça era só  colocar em um copo e fim.

  Ela entregou um drink para um homem que apareceu ao meu lado, e logo me olhou fazendo uma careta.

— O que você pediu mesmo?

  Abri um sorriso, empurrando pelo balcão o papel com os pedidos.

     Ela pareceu repetir a lista para si mesma em voz baixa enquanto coçava a cabeça,  seguindo até um armário preso a parede.  Estava claro o quão ela estava perdida com tanto trabalho. Parecia exausta, mas mesmo assim, continuava sorrindo. Me lembrava de ouvir a mesma confessar gostar mais de trabalhar de manhã, vendendo os bolinhos que eu tanto amava, do que a noite.  Ela dizia  sentir um pouco mais de paz, e eu entendia a garota. Era muito barulho e pedidos para lá e para cá.  Ela estava sozinha e as pessoas eram apressadas demais. Aquilo se tornava estressante.

Passar o dia todo nesse bar, me fazia lembrar da tristeza em que passava no restaurante do indiano. A vida na qual eu não tinha.  Coloquei meus cotovelos na mesa assim que ela colocou dois copos vazios na bandeja, arrumando de forma organizada. 

— Me diz uma coisa Camilla, você namora?

  Ele ergue as sobrancelhas talvez não esperando pela pergunta, mas logo encolhe os ombros me lançando um sorriso simpático.

— Bom, vamos lá.  Eu trabalho doze  horas por dia, por 6 dias seguidos e apenas um para descanso. Uma hora de almoço,  e meia hora para um café.  Acho que o  meu cronograma da semana,  não me deixa com muitas oportunidades. — ela  colocou um pouco de humor ali, mas ela não parecia muito feliz — Namorar é algo que infelizmente,  não  vai acontecer comigo tão cedo.

As cores em você |H.S| 🦋Onde histórias criam vida. Descubra agora