Capítulo 28

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Harry

   
   Podia me lembrar do quão já fui enganado por aquele indiano de péssimo caráter. Tinha propósitos, planos e  as coisas já  não estavam tão fáceis. Me recordava que, o homem me pagava bem, mas não compensava as coisas pelas quais eu passava. Era um homem sujo, no qual se eu pudesse, excluiria do universo sua existência insignificante.

   Gostaria de simplesmente tirar Rebecca daquele lugar. Mesmo com a moça se  fazendo de forte, sabia que as coisas não eram nada como ela demonstrava. Ela chegava tarde todos os dias, carregando em suas costas absurdamente um saco de cebola. Quase tropeçando em seus próprios pés. Seria cômico se não fosse errado. Ela estava caindo na manipulação daquele homem. Compreendia que a mesma tinha necessidades, mas sacrificar a si mesma era ignorância. Já havia lhe digo mais de uma vez, mas Rebecca não me ouviu.

  Agora, Rebecca, da forma mais absurda e errada, reconheceu que seu trabalho passou dos limites. Ela parecia ser tão ingênua que, mesmo querendo tirar ela daquele lugar, não podia. Ela precisava entender o motivo pelo qual lhe alertei tantas vezes.  Minha única opção era  deixar a própria aprender e  lidar com isso sozinha. E assim aconteceu.

  Minha vontade era de simplesmente repetir o soco que dei a esse homem anos atrás, mas isso não era algo bom, não quando agora podia fazer muito mais. Iria destruir aquele restaurante e não havia quem me impedisse. Tudo o que eu passei, não deixaria mais ninguém passar.  E eu não deixaria com que aquele indiano, assim como fez comigo,  deixasse a moça sair daquele lugar com as mãos abanando.

   O faria abrir os bolsos, o faria pagar por tudo. Inclusive, por ter feito Rebecca chorar. Principalmente por isso.

    Meus pensamentos foram interrompidos assim que a  porta da sala é aberta e finalmente podia ver Matteo.

—  O que houve? - ele fecha a porta com seus pés, carregando em suas mãos uma caixa de pizza e em seu rosto havia um semblante preocupado — O que de tão tão importante te fez me ligar quase as duas da manhã para comprar pizza e trazer aqui? Espero que o assunto seja importante, pois do contrário, eu me demito.

— Você ja fez isso. - tirei a caixa de suas mãos, checando se estava tudo certo.

— O que está fazendo aqui na casa de sua mãe? Não disse que estava evitando sua aquarela ambulante? - questiona - Escuta Harry, eu realmente vou ficar puto se você me acordou a essa hora só para te trazer pizza.

— Rebecca está com fome. - dou de ombros - Você vive falando dela, e de como ela é alguém legal. Eu achei que você seria o primeiro a querer a ajudar.

  Ele ergue as sobrancelhas.

— Você está brincando comigo não está?

  Esboçando um breve sorriso cheio de sarcasmo, me aproximei.

— Preciso de um advogado.

Digo simples.

— Advogado?

— Não o meu de assuntos pessoais, não pense em falar com Liam, ele é ético, eu não preciso disso no momento, e ele está longe, não posso esperar.

— Do que você está falando ?

— Quero fechar o restaurante daquele indiano e comprar a locação.

— Espera? O restaurante do indiano? Seu antigo chefe?  Mas a Willou não trabalha lá? - Matteo me olha confuso - O que houve? E por que não Liam?

— Liam gosta de acordos, e eu não quero isso. Não quero dar opções aquele homem. Trabalho escravo, abuso de poder e mais mil irregularidades, quero tudo isso contra ele. É mais do que um motivo para o indiano fechar as portas, não é? Quero que ele perca tudo!

As cores em você |H.S| 🦋Onde histórias criam vida. Descubra agora