Capítulo 45

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— O que você está fazendo mesmo? — Gemma pergunta suspirando, chamando minha atenção.

— Ajudando Harry a passar os documentos antigos da floricultura pro computador.

  Ela claramente estava entediada e ela deixava isso bem claro, já que a todo momento suspirava pesadamente inquieta. Eu estava sentada ao chão do escritório de Harry enviando alguns arquivos que Matt pediu, e a mulher  jogada no sofá, lixava as unhas completamente desanimada.  Vez ou outra trocava a revista de moda, por um papel branco no qual ela dizia estar as letras para sua peça de teatro, mas cansava novamente e voltava a encarar a revista.

— Não foi isso que vocês estavam fazendo na semana passada ? — resmunga jogando a cabeça pra trás.

— Aconteceu aquele problema com o casamento, os copos de leite. — informei. — Teve tambem o cano que estourou lá no fundo. E você que bateu o carro no...

— Shiii... já entendi.— ela faz uma careta erguendo a mão, e logo volta a olhar para o teto — Vocês estão sempre trabalhando, e é extremamente estressante. Não vejo a hora da ir logo pra Austrália, atuar é melhor do que ficar parada!

   Ela podia dizer por si só, pois ela, e apenas ela estava parada.

   As coisas na floricultura pareceram se tornar simplesmente mais movimentadas desde o meu primeiro dia. Eu pensei que havia esquecido que aquilo era  movimentando em certos períodos do dia, mas havia uma grande novidade na qual eu não sabia. Diderente de atendermos clientes na loja em si, havia na verdade coisas bem "maiores", por assim dizer, acontecendo. Como por um exemplo, um casamento no qual a floricultura se desdobrou para montar todos os ramos, buquês e flores nas quais era necessário.

    Lorena havia dito que a floricultura nunca passou por isso, de participar de uma decoração, e que aquilo era novo. Harry até deixou o seu escritório e botou a mão na massa. O que para todos foi tenso, já que o homem era extremamente rígido quando o assunto eram as flores.

  Dois casamentos em um semana. Tudo estava uma bagunça. Harry estava estressado e aparentemente Miguel também. Marina sequer olhava em minha cara, coisa que eu não me importava, mas ela fez questão de dificultar meu trabalho ignorando tudo o que deveríamos fazer juntas. Matteo ficava me ligando para me perguntar sobre as coisas e eu sequer sabia exatamente sobre o que ele queria saber, já que na semana anterior eu só havia tocado no computador algumas vezes. Lorena estava claramente cansada e isso afetava mil porcento em seu humor, a deixando mais cabisbaixa e quieta. E eu segurava as pontas, não escondendo que isso não estava me afetando totalmente.

  Pelo contrário. Me sentia feliz por tantas coisas para fazer. Mesmo com o trabalho em excesso, soltava boas risadas. O Sr. Jorge era gentil e nos contava algumas piadas velhas e histórias antigas. Estava aprendendo a mexer melhor no computador e sempre tirava minhas dúvidas sobre algo com Lorena. Bom, eu estava me sentindo bem e Harry estava sendo muito paciente. Mesmo que na verdade, desde que comecei, passamos pouquíssimo tempo juntos. Ele tinha mil reuniões, até recebeu visita de um homem que só depois eu fui descobrir ser um grande florista. Mas apesar de tudo, as coisas estavam fluindo bem.

   Creio que trabalhar no restaurante, me fez abrir os olhos para o que estava fazendo. E agradecia grandemente por não estar vivendo um inferno como antes.

— Sabe o que poderíamos fazer? Comer fora.  Você tem uma pausa pro café daqui a alguns minutos. Vamos comer algo gostoso? — ela pareceu mais animada. —  Lorena vai junto.

— Preciso esperar Harry chegar. —  digo encolhendo meus ombros.

— Willou, fala sério... —  jogou a cabeça para trás novamente, irritada — ... Você já está aí, sentada, digitando coisas. Desde que cheguei vocês não param. Chatos demais!!!

As cores em você |H.S| 🦋Onde histórias criam vida. Descubra agora