Capítulo 52

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    Um dos maiores fatos sobre mim, é que eu era facilmente persuadível.  Não sabia se essa era a palavra correta a se dizer, mas era a que se encaixava no momento. As pessoas podiam me convencer rapidamente sobre algo, eu era assim.

    Estava indo embora para casa, carregando o buquê em meu colo enquanto caminhava preguiçosamente para casa.

  Era óbvio que iria ficar toda e completamente rendida a Miguel depois que ele me deu o buquê. Eram flores. O simples fato dele me olhar com total sinceridade e arrependimento, já fez com que meu coração   baixasse drasticamente a guarda. Eu era um tipo de ser humano no qual todos chamavam de boba, pois eu tinha um poder de perdão muito rápido no qual eu realmente não conseguia controlar. E isso era um problema, se levasse em conta as pessoas maldosas nas quais eu já lidei. Ser boa, fazia com que as pessoas pensassem que eu era burra... o que pensando bem não era lá uma mentira referente a mim, mas não era totalmente verdade. Eu realmente gostei da atitude Miguel, trouxe uma sensação tão agradável ao meu peito. Porém, não significava que tudo havia se apagado. Seu buquê de flores amoleceu meu coração, mas não totalmente.

    Eu ainda estava chateada, sentimentos não somem assim. Eu realmente estava ansiosa para conversar com ele, pois precisava entender o motivo pelo qual ele passou a me tratar estranho. Queria respostas sinceras. Gostava muito dele, e tudo o que eu queria no fundo era esquecer tudo isso e me divertir trabalhando, assim como havia planejado desde o início.

— Vocês são muito lindas. — sorri abraçando o buquê com carinho.

  Entre elas, consegui colocar ali no meio a rosa que Harry havia me dado mais cedo, outra simples florzinha que desestabilizou meu coração mais cedo. E havia uma coisa na qual eu achava incrível, pois pensando bem, os dois que me deram flores no mesmo dia, estavam dando mancada demais ultimamente. E quando eu pensava sobre isso, o desgosto era certo. Será que estava sendo paciente demais?  Ah sim, com toda certeza eu estava. Quanto mais eu ficava remoendo coisas em minha cabeça, algo que eu fiz o dia inteiro, mais me sentia doida. Preferia focar em basicamente nada. Do contrário iria pirar.

   Eu deveria parar desde já. Combinei comigo mesma  essa manhã. Sem Harry, sem Miguel, sem nada para me deixar mais confusa e ansiosa. Afastei tudo e buscava continuar assim.

  Suspirei observando o caminho. Havia descido do ônibus a pouco tempo. Minha primeira aula presencial havia sido demais e ter estudado arduamente como fiz, garantiu bons elogios dos professores. Havia outros jovens, adultos e até idosos na sala. Me senti menos tímida, mas não consegui fazer amizade com outras pessoas que não fossem idosos. No fim das contas, eles eram mais sociáveis, falavam sobre tudo e eu me diverti muito mais. Estudar era outra coisa que me animava, e eu não esperava a hora de simplesmente chegar em casa, tomar um banho e fazer meus deveres e me jogar em minha cama.

    Mesmo que antes, eu estava extremamente ansiosa para contar pra Harry como havia sido meu primeiro dia de aula. Havíamos combinado que quando a aula fosse marcada, ele iria me levar. Eu havia lhe dito que a aula seria hoje, porém acho que ele estava ocupado demais. Eu lhe esperei a tarde, sentada no sofá inquieta. Mas ele não veio. Não iria ligar para cobrar algo, Harry poderia ter coisas mais importantes para fazer. Peguei um ônibus e quase cheguei atrasada, mas no fim tudo saiu bem.  O homem de olhos verdes sempre me perguntava como estava os estudos e eu apenas dizia "Bem", pois não tinha muita novidade. Mas hoje sim tinha algo pra contar. Informações que agora eu sequer sabia se era realmente relevante para ele. E não havia motivos para ele querer saber dos meus estudos idiotas.

    Bati levemente em minha cabeça. Esquecer qualquer coisa que envolvia a Harry. Esquecer qualquer coisa que envolvia a Harry. Me relembrei, repetindo várias vezes.

As cores em você |H.S| 🦋Onde histórias criam vida. Descubra agora