O Acordo

Capítulo 49 - Quarenta e nove

Suas mãos repousavam protetoramente em minha barriga. Seu corpo estava logo atrás do meu, oferecendo-me apoio. Suas pernas dobradas paralelamente de cada lado do meu corpo. Eu sentia sua respiração em minha nuca, calma e serena. Fechei meus olhos, focando nos movimentos que o bebê fazia com seu toque.

-Está chutando. – Sussurrou próximo ao meu ouvido, passando a mão na extensão do local em que ela repousava. Em resposta aos movimentos da criança.

-Agora, meninas, flexionem as pernas, apoiando os pés no chão a sua frente, e deixem seu corpo relaxado em seus parceiros e parceiras. – Eu o fiz, sentindo um conforto em minha lombar, mesmo que estando apenas de dezesseis semanas, quase no quinto mês de gestação, o peso não habitual já estava causando-me desconforto. – Inspirem e expirem com calma, prestem atenção nos próprios batimentos cardíacos. – A azia, juntamente a enjoos repentinos me habitavam dês da primeira semana em que eu havia descoberto, mas já estava consideravelmente melhor. – Sintam os movimentos do bebê, deixe-o comunicar com seu corpo. – Nós havíamos começado a senti-lo mexendo há mais o menos três dias, o que deixou Devon completamente extasiado. Sempre que podia estava conversando com minha barriga e a apalpando. Sua voz a fazia mexer mais e seu toque a acalmava, era engraçado e estranho ao mesmo tempo.

-Não achei que você conseguiria ficar mais bonita do que já era. – Devon sussurrou, ainda me fazendo carinho sobre o tecido fino de malha que cobria minha pele.

-Obrigada amor. – Soprei, sentindo-me infinitamente mais relaxada. A semana havia sido agitada, assim como os dois meses decorrentes do maldito incêndio. Havíamos viajada para Londres, praticamente fugindo dos problemas que nos rodeava. Devon não achava que estávamos seguros na cidade, mas que providenciaria a segurança necessária para voltarmos. Ele não podia mais adiar os assuntos da empresa, eles estavam visando um projeto importante.

-Agora, todos se levantem. Vamos começar os exercícios para ajudar quando for a hora do parto. – Devon levantou primeiro, ajudando-me a fazer o mesmo. – Acompanhantes, segurem no quadril das nossas gestantes. – Devon segurou com firmeza em meu quadril. – Vocês vão fornecer equilíbrio, para que elas não caiam. – Ela sorriu e se aproximou, ficando ao meu lado. – Vocês vão projetar seu corpo para frente, ficando em noventa graus. Não forcem tanto a ponto de espremer a barriga. E depois voltem. Façam cinco repetições, bem divagar. Inspirando e expirando com calma. – Eu o fiz, sentindo a mão de Devon apertar suavemente o local. Mordi o lábio inferior e voltei lentamente. – Depois que terminarem as segundas repetições, encostem as costas no peito dos seus acompanhantes e levem os braços para cima, o máximo que conseguirem. – Pude sentir as mãos de Devon firmes, assim como outras coisas. Mordi o lábio inferior com mais força, notando algo em minhas costas.

-Devon... – Sussurrei, erguendo os braços acima da cabeça.

-Você está esfregando a bunda no meu... – Começou a sussurrar no meu ouvido.

-Isso, estiquem. – Ela sobressaiu à sua voz luxuriosa, fazendo-me quase engasgar com sua constatação.

-É normal ficar com tesão nessa aula? – Sussurrou, pressionando meu quadril contra seu corpo. – Não quero soar como um pervertido. – A gravidez havia deixado meus hormônios a flor da pele, com um turbilhão de emoções jogadas bem na minha cara a todo momento. As vezes era difícil de ignorar meus impulsos.

-Se eu for o motivo, acho que tudo bem. – Respondi baixo, sentindo um calor dissipar de entre minhas pernas para todo o corpo. Sua respiração, seu toque. Tudo aquilo só intensificava meu desejo.

-É claro que é você! – Disse como se fosse óbvio. – Como eu disse, você estava com...

-Que tal irmos para o caro? – Perguntei, interrompendo-o. O observei por cima do ombro, pude ver um sorriso sacana se dissipar por seus lábios e meu coração disparar, igualando à outras coisas em mim.