Capítulo 15 - Quinze

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Ouvi suas batidas na porta incessantemente, fechei meus olhos e pensei sobre a situação que havia acontecido. Dedilhei o pingente do meu colar, na tentativa frustrada de me acalmar.

-Angel. – Chamou, parando as batidas na porta. Fiquei em silencio. – Vamos conversar? – Respirei fundo e me virei para a porta, ainda me mantendo em silencio. – Sei que você está aí, abre a porta por favor...

-Devon, eu vou tomar banho. Depois conversamos... – Segurei com força o pingente, sentindo-o quente. Segui o olhar para baixo, vendo sua sombra ainda parada ali.

-Por favor Angel... – Soltei o ar com certa força, abrindo a porta em um impulso.

-O que você quer? – Ele estava com o braço acima da cabeça, apoiado no batente da porta. Seus olhos encontraram os meus. Ficou em silencio, apenas encarando meu rosto. – Você queria conversar, mas está em silencio.

-Não achei que você abriria. – Humedeceu os lábios e respirou fundo, antes de prosseguir. – Nós, Cecilia e eu, temos uma história complicada... – Assenti, não vendo a necessidade de saber daquilo.

-Quer saber, foi um erro. – O interrompi. – Vamos deixar as coisas profissionais... Eu me precipitei, você também... – Não sustentei seu olhar, desviando-o parra baixo. – Vai ser melhor assim...

Fechei a porta e a tranquei, antes que ele pudesse responder.





Desci as escadas, ainda sentindo o efeito nocivo do sono em meu corpo. Olhei para o chão, percebendo a presença de grãos de areia. Cerrei os olhos e os acompanhei, levando-me até a cozinha. Devon estava com uma bermuda preta, seu cabelo estava molhado e suor escorria por seu abdome. Ele estava ofegante, olhando para o relógio em seu pulso.

-Você vai limpar toda essa areia dentro de casa, não é? – Seu olhar pairou sobre mim, parecia surpreso em me ver ali. – Sabe que tem que tirar os sapatos que usa na praia, ou lavar os pés.

-Não são nem oito da manhã e você já está me enchendo o saco. – Devon bufou e passou por mim, indo em direção ao segundo andar.

-Babaca. – Ele nem sequer se virou.

Abri a geladeira, analisando o que saciaria minha fome. Decidi que faria panquecas para o café da manhã, o que foi uma péssima ideia já que minhas habilidades culinárias eram escassas. A massa ficou mais dura do que eu planejei, e a panela resolveu queimar as superfícies e deixar cru por dentro. Respirei fundo e cogitei a possibilidade de arremessar longe a frigideira, mas me contentei em tira-la do fogo, mas deixar repousando sobre o fogão.

-Você vai acabar colocando fogo na casa. – Pude vê-lo descer as escadas com a toalha amarrada no quadril. Engoli em seco, encarando seu abdome e suas entradas definidas. Era torturante em como ele conseguia ser sexy sem ao menos tentar. – Tem um pouquinho de baba aqui. – Ele disse satisfeito, apontando para o próprio canto da boca. Nem percebi que eu estava o secando, feito uma maluca.

-Por que você não vai se f... – Fui interrompida pela campainha. Rolei os olhos e o vi caminhar, apenas de toalha, em direção à porta. – Devon... – Ele parou abruptamente. – Vai vestir uma roupa. – O reprendi, indo em direção à porta. – Onde já se viu...

-Como você é chata. – Reclamou, subindo as escadas.

Respirei fundo e abri calmamente a porta, meu sorriso cordial se dissipou rapidamente dos meus lábios. James estava apoiado com a mão acima da cabeça no batente, ele a levantou me olhando.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora