Capítulo 36 - Trinta e seis

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-Bom dia... – Me ajeitei na cama, subindo suavemente meu corpo, encostando-me na cabeceira macia da cama. Devon estava parado na beirada da cama, esperando que eu terminasse de me ajeitar. Colocou a bandeja próximo à minha perna e pegou uma uva de cima da mesma, colocando-a na boca com um sorriso enfeitando os lábios enquanto mastigava lentamente. – Dormiu bem? – Cocei os olhos e assenti devagar com a cabeça.

-Parece que levei uma surra... – Me referi as dores locais que me assolavam logo pela manhã. Devon deu-me uma piscadela e se levantou. Ele vestia apenas a cueca boxer. Imaginei se ele havia preparado a bandeja vestido daquele jeito.

-Quase isso, mas com amor. – Se esticou e selou os lábios nos meus. – Tenho uma reunião e pensei que poderíamos tomar café juntos... – Fez-se uma pausa. – Depois podemos olha a casa nova...

-De onde você tira tanto dinheiro? – Peguei uma uva da bandeja e mordi um pedaço, deixando-a próxima dos lábios enquanto mastigava a que já estava em minha boca, vendo-o cruzar os braços e dar de ombros.

-Eu trabalho muito, querida... – Eu não estava acreditando que Devon era El Rey. – Trouxe bastante comida...

-Ainda bem que você me conhece. – Observei a variedade de coisas, entre elas café, suco e chá. Devon sabia do meu apetite e o respeitava. Aquilo me fez sorrir igual idiota, e ele percebeu já que se aproximou e sentou-se ao meu lado, trazendo a mesinha para mais perto de nossas pernas. – Eu estava pensando... – Ele pegou o suco de laranja, chutei pela cor e cheiro, e deu um gole. – Amanhã podíamos passar o ano novo na Times Square... – Me ajeitei, virando-me suavemente para Devon. Ele estava com a testa franzida e as sobrancelhas juntas. Pude ver a tensão reproduzida por seu maxilar e mandíbula. – Felix e eu tínhamos uma tradição dês dos nossos quinze anos... Sempre íamos até lá e víamos os fogos, mas esse ano... – Engoli em seco, sentindo minha garganta doer. – Ele disse que ele não vai ser menos nova-iorquino se não passar lá...

-Eu também não vou ser menos se discordar da sua ideia... – Deu de ombros, voltando a beber o suco.

-Você é britânico... – Pude vê-lo dar-me outra piscadela e sorrir de lado. Se aproximou e selou rapidamente os lábios nos meus. Pude sentir suavemente o gosto do suco em minha boca.

-É perigoso.... Não acho que seja uma boa ideia. – Rolei os olhos, ouvindo-o respirar fundo.

-Claro que não é... – Meu tom de voz ficou suavemente mais alto do que eu planejava.

-Não vou permitir isso... – Se ajeitou. Pude vê-lo respirar fundo e voltar o copo de suco para cima da mesinha.

-Não pedi sua permissão... – Me estiquei e peguei outra uva, mordendo-a lentamente com o olhar grudado no seu. – Eu pedi sua companhia... – Terminei a frase. Devon estava, nitidamente, contrariado.

-Você nunca pede, isso sempre me excita... – Um sorriso malicioso estava em seus lábios, apenas para me provocar. – Tenho muitos inimigos para poder ficar assim, tão vulnerável...

-Às vezes, do jeito que você fala, parece que é um traficante... – Devon abriu a boca, fazendo menção em falar, mas foi interrompido pela porta se abrindo. Era Gerard. Sua carranca habitual se mantinha, adicionando um pouco de péssimo humor matutino.

-Você disse cinco minutos, se passaram sete.... Não gosto de atraso. – Rosnou, adentrando o quarto. – Bom dia senhorita Simmons... – Nem sequer me olhou. Peguei o copo, que antes Devon bebia, e tomei um gole do suco. – Honre sua nacionalidade e seja pontual Edward... – Era engraçado a careta que meu marido reproduzia ao ouvir seu nome do meio.

Devon rolou os olhos e se esgueirou para fora da cama, nitidamente irritado. Me levantei da cama, caminhando até o mais velho. Ele batia o pé e tinha os braços cruzados. Seu cabelo, em um branco brilhante, estava devidamente penteado. Ele sempre usava terno, e não estava diferente naquele momento.

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