Capitulo 20 - Vinte

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Meu corpo doía como nunca antes, era como se toda minhas forças estivessem sido arrancadas e deixado para trás um resquício de Angel. Me virei na cama, percebendo a ausência de uma certa pessoa que havia adormecido ao meu lado. Deslizei para fora da cama, indo em direção ao corredor. A casa estava silenciosa e a porta de vidro aberta, fazendo com que uma boa quantidade de vento entrasse e balançasse as cortinas brancas. Dedilhei o corrimão enquanto descia degrau por degrau. Haviam dois pedaços de papel sobre a bancada, ambos em um neon roxo. Me aproximei, encostando a barriga descoberta no mármore frio. O papel era retangular e duro, um convite. Estava escrito em letras maiúsculas LOLA como se fosse algum tipo de letreiro de uma lâmpada florescente cumprida. No canto do cartão estava escrito.

"Le Marchelli, exposição de fotografia."

Um sorriso pairou sobre meus lábios, reconhecendo seu nome pintado nos convites. Me estiquei para pegar o celular que estava na outra ponta da bancada, ficando na ponta do pé. Procurei entre os contatos seu nome.

Antonier Le'Marchelli estudou comigo em Harvard. Seu sonho era se tornar fotografo e aparentemente havia conseguido. Disquei seu número, colocando o telefone na orelha.

-Recebeu meus convites... – Sua voz animada soou do outro lado do telefone, me fazendo rir.

-Eu não poderia estar mais feliz por você... Conseguiu... – Me escorei na bancada, olhando para os convites entre meus dedos. – Sempre soube o quanto é talentoso.

-Você vem? Você tem que vir... – Assenti, mesmo que ele não pudesse ver. – Não aceito não como resposta.

-É hoje à noite... – Soprei, lendo a data no verso do papel juntamente ao local.

-Até hoje à noite Angie... – Coloquei o telefone sobre a bancada, levantando o olhar.

Pude ver a silhueta de Devon adentrar a cozinha. Ele estava completamente suado, as gotas escorriam pela lateral do seu rosto e por seu abdome. Ele estava com fones de ouvido e não pareceu notar minha presença. Me debrucei sobre a bancada, aproveitando a vista maravilhosa que eu estava tendo. Devon tirou os fones pairando o olhar sobre mim.

-Você estava correndo? – Deitei suavemente a cabeça sobre o mármore gelado, sentindo meu peito descoberto em contato com o material frio.

-Estava... – Devon colocou o celular sobre a bancada e se aproximou, pairando a mão sobre minhas costas. – Mas estou arrependido... A vista aqui está muito melhor... – Seus dedos caminharam na linha da minha coluna, seus lábios estavam entreabertos igualmente seus olhos.

-Concordo... – Soprei, vendo-o pairar os olhos nos convites entre meus dedos. – Temos um evento hoje à noite...

-Nós temos? – Ele sorriu. Fechei meus olhos ao sentir seus dedos entrelaçarem em meus cabelos. Assenti, voltando meu corpo para a posição normal. Encontrei seus olhos, que me observavam atentamente.

-Minha família está esperando para almoçar..., mas acho que vamos nos atrasar.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora