Capítulo 33 - Trinta e três

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-Você prometeu... – Disse manhosa, ouvindo a risada escandalosa do meu irmão do outro lado da linha. – Olha, dois irmãos que são completamente desnaturados... Não é justo...

-Eu quero transar garota, se você não está com sua vidinha sexual ativa eu aconselho que retome... – Troquei o telefone de orelha, reproduzindo um som engraçado de raiva. Não ajudou a que Felix me levasse a sério. – E seu marido?

-Você prometeu que ia comigo... Você... – Suspirei, sentando-me na beirada da cama. Devon saiu do closet tranquilamente, ele estava com a gravata pendurada no pescoço e os botões da camisa ainda sem abotoar. – É dia de ir às compras Felix, qual é... – Devon ficou em silencio, virando-se para o espelho e abotoando sua camisa lentamente.

-Querida estou em um hotel maravilhoso, com uma vista incrível... Hidromassagem e olha... – Dizia com animação. Fez uma pausa breve. – Champanhe com morango e chocolate....

-Vai à merda. – Desliguei o telefone, jogando-o sobre a cama. Me joguei em seguida, encarando o teto do nosso quarto.

-Se quiser eu te levo. – Me levantei de uma vez, formando um sorriso animado no rosto. Ele também sorriu, aproximando-se. – Só vou ter uma reunião na parte da tarde... – Ele olhou no relógio que descansava em seu pulso. – Você quer comprar o que?

-Os presentes de natal e algumas roupas para o inverno... As Minhas de frio explodiram, eu estou usando seus casacos escondido... – Dei de ombros.

-Nem tão escondido... – Me levantei, tirando a gravata de seu pescoço e a colocando no bolso de sua calça social. – Fica melhor sem?

-Vamos ao shopping... Eu te ajudo com ela depois, quando tiver a reunião... – Fiquei na ponta do pé e beijei sua bochecha suavemente, vendo-o sorrir.

-Podemos conversar sobre ontem à noite? – Meu coração se acelerou rapidamente.

-Eu entendo se você disse aquilo no calor do momento, não vou te pressionar a nada. Fica tranquilo quanto à... – A porta do quarto se abriu de uma vez, interrompendo-me. Os olhos azuis do pai de Devon se dividiram entre nós, seu rosto branco corou levemente.

-Achei que você já tinha saído querida... Perdoe a minha intromissão... – Suspirei com um sorriso tímido no rosto.

-O que foi? – Devon cruzou os braços e virou suavemente a cabeça de lado. – Aconteceu alguma coisa?

-Precisamos conversar... Pode vir até aqui fora um instante meu filho? – Devon assentiu, lançando-me um olhar como se pedisse desculpas.

-Pode ir se arrumando, não vou demorar... – Assenti, vendo-o sair e fechar a porta atrás de si. Caminhei silenciosamente até a porta, colando meu ouvido próximo à fechadura.

-Seu irmão está na cidade... – Ouvi a voz baixa do mais velho, parecia preocupado. – Devemos nos preocupar?

-Vamos ver ao decorrer da semana... Dê umas férias à minha mãe e para Melinda, sabe como é fácil manipula-las e Andrew não hesitará de fazer isso... – A voz de Devon transparecia sua preocupação. – Vamos conversar com a transportadora hoje... – Suspirou. – Ele gosta da mamãe, então vai ser mais difícil de convencê-lo a fechar com a gente.

-Sua esposa entende de transporte marítimo?

-Não sei... Posso perguntar... – Fez-se uma pausa, pude imagina-lo inquieto. – Acho que vou sugerir a companhia dela, ele ficaria menos ácido...

-Envolve-la só vai te trazer benefícios, a empresa só está onde está porque sua mãe estava ao meu lado ativamente. – Um silencio preocupante se fez por um tempo, mas logo pude ouvir a voz do meu sogro soar novamente. – Fico feliz que tenha se casado, sei que não foi fácil com a...

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora