Capítulo 43 - Quarenta e três

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N/A: Gente, me perdoa pela demora. Estou trabalhando DEMAIS, por conta do corona. Não estava me sobrando muito tempo, mas espero que gostem do capitulo.


-Já que aquele acesso que a gente encontrou... – Felix rolou os olhos. – Redigindo: Roubou... – Um longo suspiro de desaprovação soou. – Não serviu para nada, além de nos caracterizar como invasores, vamos ficar aqui até o médico bonitão chegar? – Assenti, colocando novamente o binoculo em meus olhos. Direcionei meu olhar para os acessos do hospital. A rua e estacionamento. – Você é maluca... Ainda não me disse o que você quer com isso...

-Semana passada, enquanto os cookies ficavam prontos, eu resolvi levar algumas das tintas novas para o sótão... Onde normalmente nosso pai pinta. – Me virei de lado no banco, para encara-lo. Havia repousado os binóculos em meu colo, observando-o demonstrar interesse em seu olhar. – Mas ai eu ouvi ele falando com alguém enquanto eu subia as escadas...

-Agora passou a espionar nosso pai? – Felix sorriu perversamente e arqueou as sobrancelhas recém feitas. – Continua vadia...

-Ele estava falando vigorosamente com alguém... Falava sobre a paternidade e algo sobre a pessoa ter outra filha, para deixar as dele fora disso... – Cruzou os braços sobre o peitoral. – Nosso pai disse "Não importa que elas tenham seu DNA, eu sou o pai... Não importa o que aquela mulher diga... Eu sou o pai..." – Puxei o ar com força. Felix estava visivelmente surpreso. – E além disso, ele disse. "Eu ainda obedeço esse juramento de Omertá... Não vacile comigo..."

-O que isso significa? – Dei de ombros.

-Eu já ouvi isso antes, tenho certeza, mas não me lembro o que significa... – Suspirei. – Achei que com o acesso do James eu conseguiria ver o registros do hospital, mas aparentemente eles não dão acesso aos documentos sem um mandado... – Abracei meu próprio corpo. – Nasci nesse hospital. – Apontei com o queixo. – E coincidentemente Noah trabalha aqui... – Mordi o lábio inferior. – Espero que ele tenha a boa vontade de me ajudar. – Um silencio se instalou no carro. Eu precisava organizar meus pensamentos e restabelecer uma abordagem segura e certeira em Noah. Eu não poderia simplesmente pedir para que ele me desse acesso total aos arquivos. Felix havia desviado o olhar do meu, estava mandando mensagens de texto freneticamente, o que era uma provável briga.

-Você já sentou na cara do seu marido? – Não consegui evitar minha cara de surpresa. – Tipo... Sentar, você sabe... Naquele sentido. – Soou sugestivo, deixando bem claro do que estava falando.

-Não sei... – Dei de ombros. Não era algo que me perguntavam sempre. – Mas que pergunta é essa?

-Quero me distrair... Falar da sua vida sexual vai me fazer esquecer da minha. – Felix jogou o telefone no banco de trás e adquiriu uma feição irritada. – Quando eu perdi minha virgindade com a Phaiton, ela sentou na minha cara... Não sei como aconteceu... O que levou ela à fazer aquilo... – Comecei a rir, vendo o rosto de Felix adquirir uma coloração vermelha. – Eu não sabia o que fazer, mas pareceu agrada-la... O que eu fiz. – Felix sorriu perversamente. – É bom? – Assenti, ainda sem conseguir controlar minha risada. – As vezes eu fico pensando: Talvez eu tenha focado em ser gay porque meus pais não queriam que eu fosse gay. – Soltou o ar pesadamente pelo nariz. – Eu, sinceramente, acho que homens são um saco.

-Eles são. – Apertei os olhos, percebendo nosso carro alvo se aproximar do estacionamento. – Ele chegou... – Felix assentiu veemente, mordendo o lábio inferior.

-A dupla dinâmica em ação...

Ver sua animação era, no mínimo, revigorante. Saí do carro, juntamente ao meu irmão, e caminhei até o hospital apressadamente. A rua estava deserta, mas o estacionamento do hospital estava cheio. Havíamos parado o carro de Felix do outro lado da rua, para não sermos vistos e ter uma boa visão da entrada. Assim que nos aproximamos da porta automática ela se abriu prontamente, dando-nos acesso ao hall de entrada. Caminhei até a bancada de mármore com à nossa frente, debruçando-me sobre o balcão com um sorriso grande estampado em meus lábios.

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