Capitulo 38 - Trinta e oito

36.4K 2.4K 253
                                    

-É nossa... – Divagou, olhando ao redor. Seus olhos tinham um brilho diferente, estavam mais claros que o habitual. Era fácil se perder olhando-os. – Nunca achei que eu fosse realmente ter uma casa em um bairro familiar...

-Eu costumava me imaginar em uma dessas. – Me aproximei, envolvendo-o pelas costas. Entrelacei meus dedos frente a seu abdome, encostando suavemente minha bochecha em suas costas. Senti sua mão, consideravelmente maior que a minha, envolver a mesma por completo. Segurando-me. – Mas essa ideia tinha ido embora há muito tempo, confesso...

-Espero que esteja feliz... – Eu conseguia sentir a sinceridade emanando. Devon olhou por cima do próprio ombro, com um sorriso no rosto.

-Eu estou... – Pude senti-lo soltar minhas mãos e girar cuidadosamente por dentro de meus braços, ficando de frente para mim. Suas mãos seguraram em minha nuca, vulnerável por conta do rabo de cavalo. Ele subiu seus dedos e os entrelaçou no emaranhado de cabelo ali, puxando suavemente minha cabeça para trás, o que deixou minha garganta vulnerável. Pude vê-lo se abaixar e distribuir beijos suaves no local. Fechei meus olhos e praticamente derreti em seus braços firmes, que me seguravam prontamente.

-Hoje à noite... – Sussurrou, ainda tendo os lábios próximos ao meu pescoço. Voltei a abrir meus olhos, olhando nos seus. Meu coração sempre acelerava naquele primeiro instante, no encontro sincero de olhares. Devon afrouxou a mão em meu cabelo e trouxe minha cabeça de volta para onde estava. Tirou a mão da minha nuca e a pairou sobre meu rosto. – Vou cozinhar... – Mordi o lábio inferior e em seguida deixei que um sorriso tomasse conta dos meus lábios, em um reflexo involuntário.

-Vou esperar ansiosamente por isso. – Fiquei nas pontas dos pés e selei meus lábios rapidamente nos seus.

-Vou no mercado, quer alguma coisa?

-Camisinhas... – Pude vê-lo sorri e assentir com a cabeça. – E alguns parafusos, a cabeceira da cama não está me passando muita segurança... Vou tentar apertar...

-Acho que a estragamos mais cedo... – Rolei os olhos, ainda mantendo o sorriso em meus lábios avermelhados.

-Pode ser, foi ideia sua testar a cama nova... – Dei de ombros, vendo-o rir.

-Claro. – Deu-me uma piscadela e se afastou. Desentrelacei meus dedos e deixei que meus braços caíssem ao lado do meu corpo. Devon pegou a carteira em cima da bancada da cozinha, juntamente à suas chaves. – Não demoro...

-Tá bom, vou terminar os cartões de agradecimentos... – Dei de ombros. – Nunca pensei que diria essa frase...







Ouvi o barulho da porta se abrindo, a principal. Me desvencilhei das canetas, as que eu estava usando para escrever os benditos cartões, e caminhei animadamente até a porta da frente.

-Devon? Esqueceu alguma coisa? – Disse alto, indo até a sala de estar. Ele havia saído há cinco minutos, provavelmente esqueceu alguma coisa.

Meu corpo todo se estremeceu, minha garganta secou e meus olhos se arregalaram. Os batimentos, antes calmos e compassados, adotaram um ritmo frenético. Cambaleei para trás, encontrando um amontoado de caixas. Senti o impacto da colisão, mas consegui me equilibrar. O barulho das mesmas, caindo da pilha que haviam sido colocadas, atraiu sua atenção. Ela estava encarando a lareira frente ao sofá, mas se virou. Seu longo e liso cabelo estava solto sobre seus ombros, uma cor vibrante de vermelho estava em seus fios brilhantes. Um sorriso gélido tomou conta de seus lábios, que compartilhavam o mesmo tom de vermelho que seu cabelo.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora