Capítulo 13 - Treze

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-Você vai se arrepender. – Ouvi uma voz manhosa proveniente do escritório de Devon, eu estava com um copo de água em mãos voltando para o quarto, ainda era madrugada e o sono havia se dispersado causando-me insônia. Devon provavelmente viraria a noite no escritório, fazendo um de seus trabalhos misteriosos e só voltaria para o quarto quando amanhecesse.

-Você tá bêbada. – Parei abruptamente ao ouvir a voz ácida de Devon, a porta do escritório estava entreaberta o que possibilitou que eu tivesse uma visão do lugar. O corredor estava com as luzes apagadas, diferente do escritório. – Vai dormir Margot... – Ela estava apenas de lingerie, vermelha escura em uma renda espaçada. Seu cabelo estava solto e ondulado, como uma sereia. Se sua beleza externa fosse interiorizada até eu me casaria com ela.

-Estou aqui, praticamente nua na sua frente e você não faz nada... – Ela estava enlaçada no pescoço de Devon, que parecia desconfortável e extremamente irritado com a situação. Seu corpo estava levemente inclinado para trás, evitando que Margot conseguisse lhe beijar. Ela tirou as mãos do pescoço de Devon, escorregando-as por seu peitoral traçando um caminho até o cós da calça do mesmo, provocativa. Ele respirou fundo, claramente controlando sua raiva que transbordava por seus olhos. – Vamos brincar... Como nos velhos tempos... – Ela enfiou a mão por dentro da calça do mesmo, fazendo-o xingar alto. Ele cerrou os olhos e segurou nos pulsos de Margot, tirando a mão dela sem delicadeza e a empurrando em seguida. – Não entendo... – Ela disse com voz de choro. – Você não podia me ver de lingerie que mal se segurava... Você não está de...

-Não, você não me deixa mais de pau duro... – Devon começou, sua voz estava nitidamente tremula. Ele cruzou os braços, medindo-a. – Você abusa constantemente da minha tolerância... – Ela passou a mão de baixo do olho, provavelmente estava chorando. – Toda vez que eu olho para você, eu me lembro daquela noite... De você em cima do meu irmão, pedindo mais... – Ele deu um passo em direção à Margot. – Sempre me perguntei o motivo de você ter feito isso... – Ela não conseguiu sustentar o olhar incisivo de Devon. – Constantemente eu traçava meus passos, pensando onde que eu havia errado.

-Devon... – Ela soprou.

-Até me dar conta de que o erro não foi meu, mas sim seu... – Ele prosseguiu. Margot cambaleou em direção a ele, voltando a segurar em seu peitoral. Devon a segurou pelos pulsos, afastando-a de seu corpo mais uma vez. – Apesar de tudo que você me fez, eu ainda consigo ter o mínimo de consideração por você... – Ele ainda a segurava. – Tenta ter um pouco de noção e já que você não tem um pingo de respeito por mim, tenha pela minha noiva e sai daqui...





-Você está bem? – Devon sentou-se na cama. Me esgueirei até ficar próximo à suas costas. – Ouvi vocês discutindo... – Eu tentava medir meu tom de voz, na esperança de conseguir conforta-lo.

-Ignorou completamente o que eu falei sobre cuidar da própria vida, não foi? – Ele respirou fundo, desabotoando a camisa que usava. Devon tinha ombros largos e definidos, assim como o resto de seu corpo, que denunciavam sua tensão facilmente.

-Só estou preocupada com você... – Mordi o lábio inferior, vendo-o se levantar e me encarar.

-Então não fique... – Disse ríspido. – Não pense que somos amigos, ou qualquer coisa. Você tem um trabalho aqui, então dá um jeito de fazê-lo sem encher a porra do meu saco. – Ele bufou e saiu do quarto.





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