O Acordo

Capitulo 22 - Vinte e dois

O encarei por alguns segundos, incrédula do que havia saído de sua boca.

-Idiota. – Rosnei, sentindo a raiva me consumir. Me levantei, indo em direção ao corredor.

Me irritar com Devon era muito fácil, quando ele resolvia ser um completo idiota. Senti suas mãos firmes em meu quadril, puxando-me para trás, me virei completamente perplexa. Era nítido a satisfação em me ver daquele jeito, irritada. Seus lábios estavam levemente curvados em um sorriso, o que era irritante. Suas mãos, que se mantinham firmes em meu quadril, puxaram-me contra seu corpo. Espalmei as mãos em seu peitoral, inclinando o tronco para trás, para poder encara-lo. Seus olhos, em um tom majestoso de azul, me fitavam sem pudor.

-Me solta... – Demonstrei toda minha irritação no tom de voz, vendo seu sorriso estender, mas sem mostrar os dentes. Devon levantou uma de suas mãos e a repousou em meu pescoço, subindo seus dedos entre meus fios da nuca. Se curvou, tendo seus lábios próximos ao meu ouvido.

-Seus gemidos se tornaram meu som preferido. – Ele disse baixinho, provocando-me. Não consegui evitar um sorriso, desmanchando toda minha pose de durona. Voltou a ficar ereto, sua mão em meu cabelo se dissipou por meu pescoço até que seu dedão encontrou meus lábios. Ele os tocou suavemente. A mão em minha cintura desceu provocativamente. Cerrei meus olhos, sentindo-o passar por minha bunda até a barra do vestido. Seu rosto ficou frente ao meu, senti sua respiração intensa em minha pele. A ponta de seus dedos acariciou a parte interna da minha coxa, fazendo com que meu vestido subisse conforme sua mão prosseguia. – Já faz muito tempo que eu não ouço...

-Devon... – Meus olhos se fecharam automaticamente ao ouvi-lo, era incrível como sua voz tinha efeitos furtivos em mim. Seu toque ia de encontro com o meio das minhas pernas, lentamente. – Não pode me distrair com sexo.... – Me afastei dolorosamente dele, ouvindo resmungos de protesto. – Como você sabe que eles não estavam atrás de você e sim de mim? – Mudei drasticamente de assunto. Eu estava curiosa, eu não poderia simplesmente esquecer.

-Porque não sabiam quem eu era... – Devon enfiou as mãos no bolso e me mediu, sua cabeça estava levemente lateralizada. Seus olhos brilhavam conforme a luz os iluminava. – Fiquei olhando da esquina, assim que vi essas pessoas estacionadas perto do carro. Um dos meus armazéns fica lá perto, guardo minha moto lá... Minha mãe odeia, então ela tenta se livrar de todas, pelo menos as que ela sabe onde está... – Devon deu de ombros. – Quando você saiu eles ficaram em alerta... Como se tivesse encontrado o alvo. – Ele humedeceu os lábios. – Você não os conhecia?

-Não... – Passei a mão por meu braço, sentindo-o arrepiar. Era inevitável o medo, não era comum ser seguida. Temi que fosse os amigos do homem que invadiu minha casa, Jensen. – Nunca os vi na vida, acha que pode ser Nikko?

-Não. – Ele respondeu rapidamente, caminhando em minha direção. Suas mãos voltaram a repousar em minha cintura, partindo para meu quadril. Devon me puxou para perto e me envolveu em um abraço. – Não se preocupe... Eu não vou deixar que nada aconteça a você. – Assenti, retribuindo calorosamente o abraço. Era aconchegante e protetor, como se eu pudesse simplesmente ceder.

Puxei o lençol grosso para junto ao meu corpo, cobrindo meus seios. Me sentei, ainda com o efeito do sono presente em meu corpo, observando Devon se levantar. Ele não parecia preocupado com a nudez ou com o frio. Alguns feixes de luz passavam discretamente pelas cortinas densas e escuras, com tom de cinza, iluminando um pouco o quarto escuro. Ele estava em pé de costas, no pé da cama. Observei sua bunda por alguns segundos, mas pude perceber que ele havia se virado. Um sorriso brotou em meus lábios. Levantei o olhar, percebendo que ele também me olhava.