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Capítulo com mortes e uma leve tortura. Apreciam com moderação.

Aos sensíveis sugiro que não leiam, mas aos corajosos boa leitura!

Feliz ano novo, menines.

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Ainda restava um longuíssimo e árduo caminho pela frente, algumas peças já tinham voltado para os seus lugares, mas o trabalho não estava completo. Faltavam peças, sobravam lacunas em branco. E o relógio apressado, que não fazia uma pausa.

Lorenzo, Andrei e Giuseppe. Mortos. Seus capangas, assim como os chefes, estavam mortos. Corpos no fundo do oceano, jamais seriam encontrados. Deveria ser alguma coisa significativa, mas não era.

Ettore tinha um mural com fotos, informações e uma linha vermelha interligando tudo. Codinomes, siglas e códigos, tudo de modo amplo e claro. Era curioso montar todo aquele caso, tentar adivinhar os porquês e como tudo acontecia, era difícil, apenas uma parte estava iluminada, o resto era mistério.

Mistério.

Bertinelli se envolveu em uma lembrança antiga, palavras sábias de um livro antigo; Quanto mais forte você se torna, mais forte é o seu inimigo. Era um tanto complicado entender aquela frase, Ettore mal teve tempo em tornar-se um líder forte que herdou inimigos fortes de seu pai, mas que lhe juraram um ódio profundo. A promessa de sangue.

Os corajosos da vez eram: Antonio, Matteo e Massimiliano. Quanto aos dois primeiros foram entregues por aliados, tentando cruzar a fronteira da cidade durante a madrugada, agora Massimiliano estava vindo para a cidade com a crença que buscaria a filha fugitiva.

— Tirem a camisa dele. — Ordenou apontando para Matteo. — Amarre-o também, pelos pulsos.

Onde estavam era o ambiente ideal para quem tinha criatividade para proporcionar dor a alguém, esquecendo-se que eram semelhantes, sentiam as mesmas dores, condenados a sempre serem iguais, mas daquela vez Matteo estava do lado perdedor, do lado errado do tabuleiro e era o seu dia de ser punido.

Naquela parte, aos fundos do galpão, era como um açougue, ferros pendurados no teto, usados para expor a carne fresca, ou esfolar aquelas que não respeitavam as leis.

Ettore sentou numa cadeira, debaixo do ponto onde a luz era fraca. A lâmpada piscava, e Bertinelli não seria completamente visto. Aquela não era a sua intenção, pelo menos não agora. Com aquele sangue não iria sujar as suas mãos.

— Para começar, uma está ótimo. — Bertinelli apontou para o chicote que estava pendurado, sua ponta enrolada com couro e alguns pregos.

E Luca, soldado treinado, que sempre estava presente naquela situação, pegou o chicote e seguiu a ordem de seu senhor, acertando com toda a força as costas de Matteo, ele acordou no mesmo segundo aos berros de dor.

— Acho que mudei de ideia. Dê mais uma.

Mais uma vez Luca o obedeceu, acertando o culpado pecador que por sua vez novamente gritou e as reclamações se seguiram por meia dúzia de palavrões.

— Se for me matar, que seja rápido. — Matteo resmungou. — Da minha boca não sairá uma só palavra.

Bertinelli fez apenas um sinal, seu servo o atendeu e novamente o barulho do chicote seguido por um grito preso ecoou pelo ambiente. De sua posição favorável já dava para observar o líquido viscoso e metálico brilhar nas costas de Matteo.

— No último minuto já saíram muitas. — Ettore pontuou, a ironia presente em seu tom de voz era característica marcada diante daquela resposta idiota.

Giostra - Máfia Siciliana (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora