12 parte 1

13.8K 786 16
                                    



Assim que o elevador parou no andar presidencial e as portas se abriram, Ettore se deparou com Fabrizio junto de Guillermo, ambos sentados com expressões de impaciência

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Assim que o elevador parou no andar presidencial e as portas se abriram, Ettore se deparou com Fabrizio junto de Guillermo, ambos sentados com expressões de impaciência.

― Vocês a essa hora? ― Fez um breve sinal para que fosse acompanhado até a sua sala.

O homem contornou a mesa e sentou-se na confortável cadeira de couro, assim como viu os outros ocuparem as duas cadeiras a sua frente.

― Achamos ele ― Fabrizio batucou com os dedos na mesa em sinal de entusiasmo. ― Ele está na cidade.

― Mas não vai ficar por muito tempo. Está a espera que seu contato mande novas instruções.

Guillermo depositou uma pasta em cima da mesa, onde uma foto de Mauro estampava a capa.

― Eu só quero saber o motivo de você, Fabrizio, não o ter levado para o galpão.

― Não é tão simples ― Guillermo tomou a voz, começando a responder à pergunta que não tinha sido feita para si, ignorando a careta de Ettore. ― Ele está protegido. Cercado por inúmeros homens e pelo que vi muitas câmeras também. Nada se aproxima sem que ele saiba.

O mais estranho naquela colocação era o fato que Mauro estava sendo financiado; seus saldos jamais iriam permitir tamanha ostentação.

― Vai ser um trabalho difícil pegá-lo, raramente ele sai daquela casa que se instalou e quando saí é um carro na frente e outro atrás.

Fabrizio respondeu contraído, as sobrancelhas franzidas, demonstrando aversão. No entanto parecia um absurdo que ele vivesse daquela maneira.

Como um prisioneiro.

― É medo. Ele sabe que eu vou atrás dele.

Ettore pegou a pasta da mesa, folheando algumas páginas, lendo rapidamente o que lhe chamava a atenção.

― E como pretende fazer isso?

A pergunta de Fabrizio ignorava o fato que Ettore movia céus e terras em prol de uma causa.

― Uma armadilha, oras ― Falou como se fosse simples, mas se precisava tirar a agulha do palheiro seria necessário apenas a presença de um imã. ― Quem é esse lobo?

― É um dos contatos de Mauro. Nas últimas semanas só isso o fez sair da toca. O velho lobo.

Velho lobo.

Por mais que soubesse que aquilo não era específico, que era um nome vago, algo em si gritava que quanto mais rápido descobrisse sobre ele melhor seria.

― Espera, você disse uma armadilha. O que tem em mente? ― Fabrizio perguntou ignorando completamente que o foco da conversa tinha sido mudado para o contato com nome de animal. O olhar atravessado que ganhou de Ettore, o fez estalar a língua no céu da boca.

― Descubram como o Mauro se comunica com o tal lobo e depois montamos uma emboscada para pegá-lo. Seja por bilhete, telefone descartável, sinal de fumaça, que seja.... Mas o faça sair dessa casa. O modo pouco importa desde que tua cabeça esteja em uma bandeja.

Houve uma troca de olhares entre Fabrizio e Guillermo que demonstravam quase um diálogo silencioso. Eles funcionam bem juntos.

Guillermo era a mente e Fabrizio a força.

― Considere o trabalho feito, senhor. Nunca falhei em tirar una agulha do palheiro. Mauro está com seus dias contados.

― Sim, só seja criativo, Salvatore. Eu vou adorar ver a cara daquele porco traidor assustada quando ver que no local marcado com lobo, na verdade, não é quem ele espera.

Fabrizio gargalhou ao apoiar a cabeça no encosto da cadeira e fechar os olhos como se visualize a cena bem a sua frente. Como se fosse a maior das diversões.

Ettore se levantou servindo-se de uma dose de conhaque, na mesinha de bebidas, ao canto de sua sala.

Nem se deu ao trabalho de oferecer aos seus parceiros, porque a generosidade lhe faltava. Deveria ter ficado em algum lugar ainda no útero de sua mãe.

― Minha preocupação agora é sobre esse tal lobo. Se isso pode se tornar um probelma. De onde ele vem? O que ele ganha com essas informações do Mauro? Quanto essas informações nas mãos erradas podem prejudicar a Giostra?

Ettore bebeu um gole do líquido âmbar envelhecido, esquecendo suas regras de não beber pela manhã, em horário de trabalho. Precisava manter as aparências.

De banqueiro correto e cidadão honesto.

Mas a verdade era que o álcool foi necessário para clarear seus pensamentos contra ameaças futuras, mesmo que somado a pressão em seus ombros feita por seu pai fosse perigoso.

― Você não acha que um lobo pode ameaçar o diabo, acha? ― Guillermo se remexeu desconfortável ao notar a expressão impassível de seu chefe, porque aquilo nunca foi coisa boa. ― No inferno, senhor, só um tem vez. Hoje não é noite de lua cheia. Certamente esse lobo achará outro território para uivar.

― Claro que não acha, Guillermo, mas isso não será apenas uma briga por território se Mauro não for pego, porque nem sequer sabemos o que ele sabe.

― Estamos jogamos por sorte, Fabrizio. ― Ettore ponderou quase contrariado, odiando não saber o chão que iria pisar. ― É um tiro no escuro e muitos desses tiros acertam pessoas erradas.

Um silêncio sepulcral se instalou na sala. Porque sua frase cheia de significados demonstrou que não era sobre medo, era sobre ser inteligente para neutralizar uma ameaça.

― Você nunca se importou com isso antes. De acertar pessoas erradas. Apenas em passar o recado que: você sempre dá as ordens e que elas devem ser cumpridas. ― Guillermo quebrou o silêncio de forma marcante, pontuando sem hesitar, que Ettore nunca se procurou com inocentes antes. ― Não me diga que o casamento já está deixando-o molenga!?

Zombou, alterando a voz como quem fala com o bebê. Tirando sarro de Ettore que parecia estranho ao se preocupar com inocentes.

― Que? O casamento não é a questão aqui. O problema é acabar com a ameaça por completo. ― Prontamente Ettore se defendeu. ― Se eu começar uma guerra e sair matando inocentes, esse tal lobo saberá que estou atrás dele e será ainda mais difícil saber quem é esse animal.

Fabrizio estalou um tapa na nuca de Guillermo, porque ele tinha sido burro ao trazer para mesa o casamento que de nada tinha a ver com Mauro e com o lobo.

― Fica esperto, Guillermo. Não se ganha assim.

― Mas não sabemos nada sobre ele, Bertinelli. Nada! Como vamos pegá-lo?

― Com paciência, meus amigos.

Ettore levantou o copo como se fizesse um brinde, mostrando que logo aquele problema seria solucionado. Nada ficava escondido naquela cidade por tempo, não dos olhos de Ettore.

 Nada ficava escondido naquela cidade por tempo, não dos olhos de Ettore

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Giostra - Máfia Siciliana (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora