Epílogo

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Sei que ficaremos bem desta vez

Tinham se passado dois meses que tinha dito sim

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Tinham se passado dois meses que tinha dito sim. Os últimos dias tinham se tornado uma verdadeira confusão e correria, mas tudo estava finalmente pronto. Tudo estava perfeitamente planejado e cuidadosamente pronto. Tinha cuidado de cada detalhe daquela vez; da música, da organização, dos convidados e, principalmente, de seu vestido.

Seu coração batia rapidamente em seu peito, tão rápido e forte que não conseguia controlá-lo. Estava nervosa, tomada por aquela emoção e sensação única enquanto se olhava diante do espelho. Já tinha passado por aquilo outra vez, já era casada, mas agora parecia mais real e oficial. Parecia o seu verdadeiro casamento com o seu grande amor.

Quis chorar com os sentimentos que enchiam o seu peito, estava tão feliz como nunca esteve. Cercada por amigas sinceras que também tinham os olhos marejados, como se soubesse desde o início tudo o que passou ou pela possibilidade do recomeço. De fazer as coisas do jeito certo como Ettore tinha dito no dia do pedido.

Era o primeiro dia do resto de uma vida inteira junto dele. Com amor, carinho e companheirismo. Mas ainda assim não conhecia palavras certas que pudessem definir aquele momento. Usar o termo felicidade parecia pequeno demais. O homem de sua vida estava esperando por ela no altar, assim como pessoas importantes esperavam por ela.

As lágrimas escorriam pelo canto dos olhos enquanto ouvia as broncas de suas madrinhas por borrar a maquiagem, mas não conseguia se conter. Não conseguia controlar tudo o que estava sentindo naquele momento, mas limpou delicadamente ao ouvir as batidas na porta, estava na hora de ir para a cerimônia.

― Fabrizio? O que faz aqui? ― Helena perguntou assim que viu o melhor amigo do marido parado na porta.

― Você não achou que entraria sozinha… Ou pensou? ― ele entrou no quarto, estava sorrindo quando ofereceu a sua mão para mim, mas não antes de beijar rapidamente a sua esposa, Eliza. ― Vou entrar com você, Lena.

Desde a morte de Pietro passou a ver Fabrizio com um novo irmão e daquela vez sentia-se bem. Via o homem com olhos bons, conseguia nutrir sentimentos sinceros assim como sabia ser recíproco e normal. Sem invejar ou querer usurpar.

Se antes já era difícil conter as lágrimas, agora não teve jeito, parou de lutar e abraçou Fabrizio. Aquilo era importante, saber que agora tinha pessoas com quem poderia contar sem ser forçado ou puro fingimento. Sem um discurso pronto do quanto ela deveria ser a esposa perfeita. Ela  finalmente estava pronta.

Suas pernas tremiam e ela teve suas dúvidas se iria conseguir se equilibrar em cima de saltos tão altos, e ainda mais que pisariam na grama. Foi a única mudança que se permitiu fazer, os saltos foram substituídos por sapatos baixos e assim seguiu para fora do quarto em direção ao espaço que tinha montado nos fundos de sua casa. O casamento seria em seu próprio jardim, sempre achou que as flores fossem um sinal de vida.

Fabrizio parecia ter ciência do desequilíbrio de Helena e por isso cruzou seu braço com o dela, servindo de apoio para cruzar um pequeno percurso. Helena estava posicionada atrás de uma cortina quase transparente e então a tão famosa e repetitiva marcha nupcial começou, o último aviso de que estava na hora. A cortina caiu e lá estava Ettore, sorrindo lindamente. O sorriso que outrora tão pouco via, mas que agora encontrava em todas as manhãs.. E todas as seguintes horas do dia também.

Seus olhos acompanhavam cada passo, pareciam marejados e ainda mais claros. Aquele mesmo olhar que de tão imprevisível tinha quebrado todas as barreiras que a mulher tinha construído ao redor de seu coração, aquele olhar que sentia todas as manhãs, mas que fingia que estava dormindo só para continuar sendo alvo da atenção do marido. Aquele olhar que fazia toda vez que me provocava só para ter a certeza que estava tudo bem… E aquele mesmo olhar que eu queria ter eternamente direcionado a mim.

Helena tinha demorado para aceitar que Ettore era o grande amor de sua vida, demorou para perceber que ele era apenas um homem assustado pelos traumas de um menino que não foi amado. Negou até não poder mais aquele amor porque se envolver com Ettore foi doloroso, tinha sofrimento como se cada célula de seu corpo tivesse sido ferida, mas era o amor limpando o lugar até não sobrar nada de ruim.

Mesmo com tanta reluta em algum momento, se viu perdidamente apaixonada por ele, amando completamente ele.

Giostra - Máfia Siciliana (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora