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Pelo vidro espelhado do carro, Ettore se observava, passando os dedos entre seus fios ligeiramente dourados, ajeitando seu topete

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Pelo vidro espelhado do carro, Ettore se observava, passando os dedos entre seus fios ligeiramente dourados, ajeitando seu topete. Importava-se com a sua imagem e quão a impressão que ela poderia causar, sentia-se obrigado a estar sempre perfeito.

― Só pode estar de brincadeira. ― Ettore resmungou uma vez que, se virou ao ouvir o barulho dos saltos, viu a fenda que expunha a coxa de sua esposa a cada passo seu. Tinha pele demais visível para o seu gosto.

― Não gostou, querido?

A mulher deu uma meia volta expondo o corpo circulado pelo tecido fino do vestido cor vermelho sangue. Delimitava com maestria todas as curvas da mulher, apesar de não ser exagerado em nada. Só deixava claro o quanto sua beleza era estonteante.

― Gostei.

― Não! Eu não vou me trocar. ―Helena colocou as mãos na cintura, falando no mesmo segundo que Ettore. Mas piscou desnorteada ao vê-lo esboçar um pequeno sorriso. ― Espera, o que você disse?

― Eu gostei do vestido. Ficou bem em você e essa cor combina com você, querida. ― Foi impossível conter o deboche ao repetir o seu apelido.

Novamente Helena piscou completamente desorientada com a resposta de seu marido. Comprou aquele justamente porque sabia que ele reclamaria, queria mexer com a cabeça dele e cumprir a promessa que tinha feito.

Porque sua intenção tinha sido para contrariar não para agradar.

― Que seja. ― Sussurrou entre dentes, contrariada. Mas os olhos curiosos sob Ettore estavam surpresos pela camisa de baixo e calça serem pretas invés de cinza, como sempre era. ― Preto? Você não gosta de escuro.

Ela pontou porque também não gostava quando ele usava tons escuros. Embora a camisa preta se destacasse com o paletó cinzento. Aquilo não fazia parte de quem Ettore era.

Preto era tão descritivo, pragmático. Só de olhar você via uma pessoa em luto.

O cinza era indecifrável. Assim como Ettore era. Por isso, cinza era definitivamente a cor dele, era um céu nublado, deixando uma dúvida se iria chover ou não.

E se chovesse? Seria garoa ou uma tempestade?

― O cinza marca. Deixa tudo visível demais.

― E o que você quer esconder?

Ettore abriu os dois botões do paletó e levantou a causa apenas o suficiente para que Helena pudesse enxergar o coldre e a ponta da pistola e depois abaixou, deixando tudo no lugar novamente.

― Ah. Isso é mesmo necessário?

― É para sua segurança. Então, me diga é mesmo necessário ou você quer se expor ainda mais? ― Perguntou impaciente. ― Veja a minha posição, a sua, e como se veste. Se quiser correr o risco, é por sua conta.

Giostra - Máfia Siciliana (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora