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Pegamos aquele verme. Não estávamos esperando achar ele, mas Guiseppe nos apontou a tua direção. ― Quem estava do outro lado da linha era Fabrizio.

Desde que Bertinelli o ameaçou com Elisa, o suposto interesse amoroso de seu consiglieri, ele pareceu voltar à realidade. No entanto, havia uma distância entre eles que talvez jamais voltasse a ser como eram antes.

Quem pegaram? ― Ettore perguntou realmente curioso.

Andrei. ― Fabrizio disse com nojo palpável. ― Ele estava na cidade, Lorenzo estava trabalhando com ele, bastou que o matasse e ele parasse de mandar informações que ele veio atrás.

― Isso é melhor do que esperava. ― Finalmente uma boa notícia e poderia matar alguém. ― Leve ele até o galpão, chego assim que poder.

Ettore não esperou uma resposta e finalizou a chamada, guardando o celular no bolso interno de seu paletó e se levantou a fim de ir diretamente até o balcão, foi quando viu Salmo entrando pela porta, ele estava acompanhado de duas moças.

O homem negou com a cabeça, respirando fundo. Já sabia o que Salmo queria e ele tinha chegado a uma péssima ideia. Não poderia ter escolhido uma hora pior para aparecer.

― Seja rápido. ― Bertinelli reclamou. ― O que você quer?

― Vim te dar seu presente de natal adiantado.

Bertinelli olhou para as moças, reparando nelas. Exatamente como gostava, antes de Helena cruzar o seu caminho. Estatura mediana, pele escura, olhos castanhos e cabelos cheios e enrolados de maneira selvagem, eram bonitas, mas aparentavam serem novas demais, ambas usavam vestidos justos, uma de rosa e a outra de branco, mas não as achava mais atraente.

― Eu não quero presente, Salmo. ― Ele soou surpreendentemente calmo. ― Quer saber, deixe as garotas. Obrigada pelo presente, tudo que eu precisava agora era um boa foda.

Ettore não pretendia tocar nelas, mas num ímpeto de misericórdia, aquele era o dia de sorte das meninas. Mas bastou que falasse daquele jeito que viu que elas se encolheram, deixando claro que não queriam, no mesmo instante que seu amigo sorriu.

― Sabia que iria querer. ― Seu sorriso se alargou. ― Fabrizio me disse que anda muito irritado, como sua esposa não está na cidade, achei que isso poderia resolver o seu problema.

― Claro. Vai resolver. Agora se me der licença, não espera que eu divida com você, certo?

― Não, não. São suas.

Foi a última coisa que disse, viu Salmo dar as costas e saiu, e guiou as meninas até o quarto no final do corredor. O quarto que sua esposa dormia quando queria irritar o marido. Bastou que a porta se fechasse para que as meninas começassem a tirar a roupa, ambas estavam com o olhar caído e triste. Ettore se perguntou porque se importou.

Não precisava refletir muito para saber que era por causa da bolinha. Porque tinha uma filha e foi impossível não sentir o seu peito se apertar.

― Não, parem. ― Ele ordenou e elas voltaram a se vestir. ― Não vamos fazer nada, não vou tocar em vocês. Hoje é o dia de sorte de vocês.

― Como? ― A de rosa perguntou, parecendo confusa.

― O senhor Salmo disse que deveríamos servir ao senhor. ― A de branco se explicou.

Bertinelli entrou no closet que ainda tinha algumas peças de roupas de sua esposa e escolheu qualquer coisa, mas que não fosse provocativo e que parecesse ser confortável e jogado em cima da cama.

Giostra - Máfia Siciliana (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora