40 parte 1

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Ettore cruzou a porta de entrada rapidamente, buscando com os olhos Dante Coppola. Após a rápida olhada reparou que o seu empregado não estava ali, mas no mesmo segundo a governanta apareceu, mencionando a localização de Dante.

No andar de cima, dentro do escritório, seu observador estava com uma expressão perturbadora.

― Senhor, a verdade é que esse tempo todo estavam brincando contigo.

― Agora me conte uma coisa que eu não saiba.

Dante estava com o semblante fechado, pela primeira vez não tinha aquele sorriso vaidoso, aquilo podia assustar Ettore, o Bertinelli estava acostumado com o terrível bom humor do homem, não com aquela falta de brilho em seus olhos.

― Tudo que eu li e ouvi era falso. ― Ele começou. ― Cada palavra tem outro sentido, cada lugar na verdade é outro, uma pessoa com o nome de outra. São códigos, chefe. Entende que no meio de uma frase, com uma história que não parece ter sentido ou ser boba demais, tem uma mensagem perfeita.

Ele apertou em algum botão no notebook que estava em cima da mesa e não demorou para que uma voz bastante familiar ecoasse pela sala.

Deveríamos marcar um café, como nos velhos tempos. Eu, você e Massimiliano. São tempos difíceis, amigo. Nós dois estamos próximos, mas ele não. ― Era a voz de Matteo, o traíra que ainda distribuía sorrisos falsos por aí.

― E ele? Teve notícias? Como ele está? ― O homem que seguiu na linha foi Antônio. Parecia uma conversa normal, nada estava errado.

Se isolou, está sozinho. Nosso amigo desanimou de vez, eu ligo sempre, mas ele não confia mais.

Ele não pode continuar assim. É hora de a gente agir, Matteo, ajudar ele de um jeito que nunca vai esquecer. Vai sair dessa situação em um piscar de olhos.

Perfeito, Antonio! Marcamos. Confirmo-te o dia por mensagem.

E naquele segundo a chamada foi finalizada e Ettore olhava para Dante com as sobrancelhas erguidas, tentando entender o que se passava. Mesmo que em partes soubesse que aquela história de Massimiliano parecia mentira, ele tinha uma esposa, uma filha. Vivienne estava de casamento marcado.

― Ok, Dante. Traduz para mim. ― Ettore disse após perceber que Dante estava ocupado demais fazendo expressões malucas para dizer alguma coisa.

― Massimilano não está sozinho, tampouco isolado. ― Ele fez uma pausa teatral. ― "Ele" na verdade é o senhor, a forma indireta como eles falaram tinha passado batido, mas todas as ligações são assim. Quem está isolado, com problemas de confiança não é Massimiliano.

Outro segundo de silêncio.

― Filho da puta!. ― Ettore xingou. ― Logo o café não é café. O que é, Dante? Qual é o plano?

― Talvez seja Vivienne. Notei que ela ainda está na mansão.

Qual era a parte ali que não estava enxergando? Desde que tinha se rendido ao amor, que tinha aceitado amar sua esposa, parecia cedo. Totalmente vendado, não conseguia enxergar um palmo além de seu nariz. Como jogar aquele joguinho que seus oponentes escondiam as cartas?

― Não acho que iria entregar o próprio pai em uma bandeja como a garota fez.

― Isso não tem a ver com o que o senhor acha é mas

A frase de Dante foi interrompida por alguns gritos vindos de fora do escritório onde estavam reunidos. Ambos ficaram em silêncio, prestando atenção nos barulhos estranhos e altos.

Giostra - Máfia Siciliana (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora