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Ettore cruzou a porta da sala no mesmo instante que ouviu Dante chamar por ele, um tom mergulhado em decepção, deixando claro que algo tinha dado errado. Que a direção apontada terminava em um beco sem saída.

— Não encontrei nada, chefe. — O Coppola declarou, fechando a tela do notebook. — O maldito não está envolvido com o pai. Está livre.

— Porra! — Bertinelli reclamou, chutando a cadeira que estava ao seu alcance, o que foi o suficiente para Dante se encolher.

Ele estava irritado feito o inferno, não aguentava mais becos sem saída. Depois de Lorenzo não encontrou nada, nenhuma ponta solta, nada que o levasse em alguém e aquilo estava o tirando do sério, cada maldito dia que passava sem resposta, era um dia que perdia com a sua esposa.

Mesmo com a cabeça cheia de dúvidas, Ettore sabia que precisava olhar em seus olhos primeiro e depois ter certeza.

— Perdão, senhor!

— E quem estava com ele? — Ele perguntou mais para si. — Tem que ter alguém, talvez Helen?

No desespero, pontuou a sua cunhada. Era impossível que o falecido sogro estivesse sozinho e como a sua esposa era uma possibilidade que começava a ser descartada não sabia quem era o ajudante.

— Não acredito que ela tenha alguma coisa

— Giuseppe! — Ettore interrompeu Dante rapidamente ao lembrar do covarde. — É ele. Lorenzo trouxe ele com a conversa fiada de que era importante e no instante seguinte ele estava no altar com Helen.

Giuseppe tinha um peso, um nome forte. O homem era responsável pelas grandes embarcações na Europa, trabalhando no Porto colocava tudo e qualquer coisa dentro de navios com caminhos não explorados e que não chamavam atenção.

— Ele nem está na cidade. — Dante interveio. — Nem ele e nem Helen.

— Como eu não sabia disso?

— Ele fez o mesmo que o senhor. Helen está grávida e não querem que saibam ainda, mas eles foram burros para irem a uma clínica e eu peguei os resultados online.

Bingo!

— Dante, Dante, Dante. Você é brilhante! — Ettore estava satisfeito com aquilo. Tinha uma saída a final.

Se não era Pietro e Helen representava a parte fraca, Giuseppe por outro lado tinha o brilho ambicioso no olhar, a cobiça por aquilo que não era seu. Lembrava-se de ter pegado aquele olhar para cima de Helena.

O ciúme foi perigoso, mas agora tinha aquele outro sentido e novamente o diabo tinha mais uma presa.

— O que vai fazer, chefe?

— Vou trazê-lo e perguntar educadamente tudo que ele sabe. — Tinha forte ênfase em suas palavras, ainda mais em educadamente. Seria sanguinário, nada educado.

Precisava acertar logo as contas, não queria mais ficar sentado perdendo tempo, se um suposto inocente precisava morrer que seja, não se importava o bastante para evitar o derramamento de sangue.

— Outra viúva? — Dante sorriu, negando com a cabeça, em cumplicidade.

— Se aquele verme for outro traidor, sim.

Ótimo. Dedos cruzados, pensamento positivo e estava mais um dia próximo de sua esposa.

— Guillermo me escreveu, chefe.

Os pensamentos de Ettore mudaram drasticamente em questão de segundos e um pequeno sorriso apareceu em seus lábios, porque Guillermo escrever era como ter a sua esposa mais perto, talvez fosse a hora de outra ligação.

Giostra - Máfia Siciliana (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora