27 parte 1

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— Não me acompanhou durante a noite

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— Não me acompanhou durante a noite. — Leonel reclamou assim que viu Ettore entrar no quarto.

O Bertinelli estava visivelmente horrível. Pálido, com o semblante cansado e olhos fundos. Não parecia estar nada bem. A um passo do inferno.

— Não tinha nada que eu poderia fazer aqui. — Etorre nem se preocupou em inventar uma justificativa. — Sou CEO de um banco, economista e administrador. Dentre as funções que eu faço não tem doutor e muito menos enfermeiro.

O homem se sentou na poltrona ao lado da cama.

— Deveria mostrar mais preocupação. Sou seu pai.

— Estou preocupado, mas o senhor me ensinou bem ao não deixar que eu demostre o que estou sentindo.

Ettore deu de ombro. Usando o que o pai tinha ensinado contra ele.

— Ao menos o criei bem — Estranhamente Leonel parecia orgulhoso.

Com um esforço considerável grande ele tentou se sentar na cama, mas desistiu no segundo que percebeu ser impossível.

— Está horrível, pai.

— Eu estou morrendo. — Ele se esforçou para dizer entre as tosses. — Isso só adiantou o processo.

Ettore o ajudou, ajeitando os travesseiros nas costas no pai.

— Essa foi a intenção. Querem apenas prolongar tuo sofrimento no tempo que ainda sobra.

— Fiz tantos inimigos nessa vida que non sei falar quem fez isso.

— Jeito horrível de morrer.

— Você non está longe disso também, Ettore. Isso agora è a tua vida. Quem você è. Em pouco tempo terá mais inimigos que io já tive, pois além de fazer tuos próprios herdará os mios.

Ettore naquele segundo se arrependeu de ter seguido o pai cegamente, porque percebeu que assim como ele estava condenado, sua esposa e seu filho também estavam.

Uma péssima vida que estava herdando e que deixaria de herança. Se houvesse um jeito de parar, Ettore seria capaz de dar de tudo por aquilo.

— Helena está grávida. — Por algum motivo desconhecido, Ettore sentiu a súbita necessidade de contar.

— Quanto tempo?

— Sabemos tem duas semanas.

— E na primeira você oportunidade você esconde isso de mim. Não o criei para fugir.

Etorre riu.

— E eu não fugi. Só não quero que esse filho também seja tirado de mim.

— A mesma ladainha de catorze anos atrás? Supera. eu fiz o melhor que poderia, deveria me agradecer.

Giostra - Máfia Siciliana (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora