O casal Bertinelli arrumava lado a lado no closet. Ettore terminava o no em sua gravata enquanto Helena ainda ajustava o vestido em seu corpo.
― Não podia me avisar antes? ― Helena reclamou mais uma vez de ser avisada em cima da hora que iriam a uma ópera.
Ettore a observava através do espelho e foi apenas os olhos se encontrarem para o homem negar com a cabeça.
Ele a ajudou a fechar o zíper do vestido e aquilo foi a confirmação que aquela peça não deveria ser a escolhida.
― Veja. ― Ettore comentou olhando para a barriga da esposa, onde uma pequena - quase impercetível - protuberância se fazia presente. ― Escolha outro, Helena, de preferência menos justo e sem esse cinto de pérolas. Basta que olhem atentamente para que vejam que está gravida.
Novamente abriu o zíper e precisou pensar em outras coisas quando a pele foi exposta. Mas acompanhou atentamente o vestido deslizar sobre o corpo da esposa. Helena é uma obra de arte.
― Até quando vamos esconder? Seu pai anda querendo testar minha fertilidade mais uma vez e logo a barriga começará a crescer.
― Vamos esconder o máximo que possível, ok? Só esqueça essas roupas justas e quanto a barriga vou dar um jeito de marcar um médico, assim saberemos o tempo.
― Ok. ― Helena começou a vestir outro vestido, um de tecido escuro. ― Por que temos que esconder? É seu filho, o que poderia acontecer? Todos vão proteger o herdeiro.
Eram perguntas simples, mas que Ettore não sabia o que responder, em seu íntimo ele sabia o que podia acontecer, só não queria dizer em voz alta e tornar seus temores reais. Ettore não sabia que queria um filho, até saber de sua existência.
― Eu não quero perdê-lo, Helena. ― Por mais que tentasse ser diferente, ele foi sincero, a verdade era que estava sendo mais honesto do que gostaria. ― Você está apenas no início e com aquele maldito na cidade, não sei se é uma boa ideia sair espalhando que você espera o nosso herdeiro.
Helena terminou de se vestir, o vestido mais solto, rodado e de pano leve. Não deixava nada em evidência. Ela fez silêncio com o semblante pensativo. Não parecia entender o que estava em risco.
― Marido... ― Ela o abraçou pelas costas, sem dar chances dele fugir. ― Precisa pegar ele.
― Não está sendo fácil. Ele sempre está um passo a frente. Eu não entendo. — Ele suspirou inconformado.
Ettore se soltou dos braços da esposa e depositou um beijo rápido em sua testa.
― Eu estou pronta. — Sussurrou, mas a verdade era que não queria sair daquele quarto.
Helena se esticou, na ponta dos pés e passou os braços pelo pescoço do marido, puxando-o para baixo e roubou um beijo dele. Ettore não tardou em retribuir o contato, envolvendo-se naquele calor.
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Giostra - Máfia Siciliana (CONCLUÍDO)
ActionDiabo. Foi assim que Ettore Bertinelli passou a ser chamado por aqueles que tinham suas vidas em uma balança e uma vez que ele achasse que alguém estivesse errado ou pensasse que algo está errado, ele ia à caça. Eliminando de forma impiedosa quem es...