Helena Bertinelli
Dos olhos azuis escorriam mais uma vez o choro constante. Indícios de saudade, medo e pavor. Talvez, por não ter mais certeza de nada além de seu bebê. Pensar nas infinitas possibilidades do porquê tantos meses já tinham se passado e seu marido não ter mandado que voltasse era desesperador.
Verônica e Alessandro eram adoráveis, assim como a filha do casal, mas mesmo com todo o apoio não se sentia em casa e jamais iria se sentir. A sua casa era onde seu marido está e estar em outro país era angustiante e ninguém a entendia.
— Como ele está, Guillermo? — Ela perguntou assim que sentiu uma presença atrás de si e não precisava se virar para saber de quem se tratava.
Guillermo parecia ter medo que algo acontecesse e bastava Helena sumir das vistas por cinco minutos para que a procurasse. Como agora que ela estava no jardim.
— Eu não tenho autorização para dizer, senhora.
— Não pode ou não quer? — Helena insistiu. — Ele não está bem e você não quer me contar, é isso!?
Ele negou com a cabeça.
— É complicado. Dante e eu só falamos sobre a senhora e a menina, não sobre o chefe.
— Me deixa falar com ele.
Helena novamente pediu. Tinham se passado três semanas desde que tinha o visto por vídeo e desde então pedia todos os dias para que Guillermo deixasse mais uma vez.
Ela secou as lágrimas.
— Ele está ocupado, cuidando de tudo. — Ele tentou.
— Resposta errada. — Ela se virou e partiu para dentro de casa, indo até o quarto que lhe foi dado.
No quarto ela bateu a porta com toda a força que podia, mas no mesmo instante se deu conta que não deveria se deixar levar pela raiva, não fazia bem para o bebê. E tudo era pelo bebê.
Estava de vinte e duas semanas, e quando se despediu de seu marido estava na décima primeira. O que dava três meses longe de seu lar, mas a gravidez deixava tudo muito mais intenso.
— Ele não pode estar com outra.... — Ela sussurrou para si enquanto acariciava a barriga. — Não pode estar se aproveitando da minha distância... Não.
E se?
Aquela vozinha sussurrou em seu ouvido mais uma vez e como se protestasse contra aquela dúvida a menina mexeu em seu ventre, chamando a atenção de Helena para aquelas pontadas.
Mas não adiantou. Pelo contrário, trouxe para o seu peito muitos outros questionamentos. Ela estava esperando uma menina e Ettore precisava que o primeiro filho fosse um menino.
— Florzinha... meu amor, talvez nós duas iremos ou estamos nesse segundo dividindo o papai. — Em resposta outro pontapé, ainda mais forte. — Você também não gosta da ideia, não é? Prefere que seja apenas nosso papai, minha menina?
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Giostra - Máfia Siciliana (CONCLUÍDO)
ActionDiabo. Foi assim que Ettore Bertinelli passou a ser chamado por aqueles que tinham suas vidas em uma balança e uma vez que ele achasse que alguém estivesse errado ou pensasse que algo está errado, ele ia à caça. Eliminando de forma impiedosa quem es...