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Dentro do quarto, enquanto fechava os botões da camisa social de um tom cinzento, pensava se ter marcado aquele jantar realmente tinha sido uma boa escolha

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Dentro do quarto, enquanto fechava os botões da camisa social de um tom cinzento, pensava se ter marcado aquele jantar realmente tinha sido uma boa escolha. Com certeza não era, não precisa pensar muito para chegar aquela conclusão.

Helena já era sua noiva e independente das opiniões seria sua esposa futuramente. Não existia a menor das hipóteses de haver uma troca de noiva. No mais, provocar Lorenzo e ouvir o murmúrio dos homens do Conselho tinha feito fazer valer.

A confirmação da péssima decisão tomada veio ao olhar no rosto de seu pai e ver a reprovação estampada em forma de rugas entre as sobrancelhas quando cruzou a sala de estar.

Ettore não se demorou, passou rápido sem nem ao menos trocar meia dúzia de palavras com seu velho pai, porque no fundo ele sabia que se houvesse uma troca de noivas, Lucrécia não seria escolhida.

Os planos de Leonel, do Don, sempre estavam focados no futuro. Ettore conhecia bem o seu pai para saber disso.

Quando se aconchegou ao couro confortável de seu carro, pensou sobre contornar a decisão que a pouco tinha tomado; jantar com Lucrécia.

O carro em movimento, fazendo a paisagem ao redor parecer um borrão de ante seus olhos, decidiu que ainda estava em tempo de não decepcionar o pai, em questão de segundos estava na contramão, mudando o destino, iniciando uma nova rota, para um novo lugar.

Os grandes portões de ferro foram abertos antes mesmo do carro parar, todos ali sabiam que o carro luxuoso escuro era de Ettore e todos também sabiam que não era preciso uma ordem para que as portas fossem abertas para ele.

Ettore parou com o carro próximo ao jardim central, frente a portão, batendo a porta atrás de si com uma sutil delicadeza. Foi uma questão de segundos até que o patriarca Lorenzo estivesse na ponta dos poucos degraus frente a porta principal.

― Ettore, por que está aqui depois de dizer que preferia outra? Achei que Lúcrecia fosse melhor que Helena. ― Um sorriso sarcástico ― Seria sensato em não me subestimar e mais sensato ainda em não fazer de mim seu inimigo.

― Se você está me ameaçando, Lorenzo, deveria ser homem, ao menos, para usar palavras inteiras.

― Não estou ameaçando, estou aconselhando. Afinal de contas, seremos todos da mesma família em breve.

― Deixe-me ver se eu entendi.... Seremos da mesma família e, então, você acha que pode ― Ettore fez uma pausa tão sutil, quando olhou para cima, como se escolhesse as palavras certas. ― Dizer o que eu devo ou não fazer? O nome certo disso não é família. É manipulação.

― Não confusa as coisas, meu genro.

Lorenzo investiu, se aproximando na intenção de tocar o ombro de Ettore que, se desviou, a contra gosto sorriu pensando que concertar o problema que tinha criado seria mais difícil do que tinha pensado.

Giostra - Máfia Siciliana (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora