Diabo. Foi assim que Ettore Bertinelli passou a ser chamado por aqueles que tinham suas vidas em uma balança e uma vez que ele achasse que alguém estivesse errado ou pensasse que algo está errado, ele ia à caça. Eliminando de forma impiedosa quem es...
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A conversa que teve com Fabrizio foi bastante esclarecedora. Soube tudo que ele passou e o deixou a par de tudo o que movimentou a cidade no tempo que esteve fora.
Era engraçado como as coisas mudavam, os anos passavam e como nunca percebemos até algo de ruim acontecer e percebemos que perdemos tempo e momentos.
Sempre acreditando que temos todo o tempo do mundo. Temos tempo para errar, tempo para acertar. Mas não temos tempo para aproveitar a vida.
Ettore não tinha tempo, tinha hoje e talvez amanhã, mas fazer planos para a próxima semana, para o próximo mês parecia errado.
Conversar com Fabrizio trouxe grandes reflexões. Sua vida esteve por um fio, no entanto, Fabrizio nunca deixava de sorrir porque sempre fez o que achava melhor. Bem diferente de Ettore que fazia o melhor para o pai.
No caminho até em casa fez uma parada. Estacionou frente a farmácia e comprou apenas um único item e voltou seu caminho.
O Bertinelli sabia que era apenas uma confirmação do que já era óbvio, mas seu coração batia como nunca; acelerado, como se tivesse corrido uma maratona.
As mãos que apertavam o volante estavam suadas e frias. O ar lhe faltava.
Sua mente mais parecia uma sala vazia, sem nada. Não tinha nenhum pensamento confuso ou inúmeras vozes gritando coisas sem sentido.
Precisou consertar sua postura ao passar pelo portão de entrada, a casa vazia foi como um alivio, assim não precisaria explicar o conteúdo da sacola da farmácia.
Passou direto da porta de seu quarto, indo para o final do corredor. O novo quarto de sua esposa. Esta se mantinha firme em acreditar que houve uma traição, por tal motivo não dividiam mais o quarto e muito menos a cama.
― Helena. ― Entrou no quarto, sem bater.
― Não pode entrar aqui. ― Ettore viu sua esposa virar de costas, escondendo o rosto que estava banhado em lágrimas. ― Saía.
A voz doce continha mais tristeza do que qualquer outra coisa.
― Precisa fazer esse teste, Helena.
Tirou o teste de gravidez que estava dentro da sacola da farmácia e jogou em cima da cama.
― O que!?
― Só faça o teste, ok?
― Eu não preciso fazer teste algum. Eu não estou grávida de você, deveria mandar sua amante fazer. ― Sua esposa entrou na defensiva, usando do ataque sua melhor forma de se defender.
Mas Ettore não podia esperar que fosse rápido, que ela simplesmente faria.
Apenas se surpreendeu. Como uma mulher não notou os sintomas visíveis, até as mudanças físicas?
― Você sabe o resultado e não queria me contar ou não quer aceitar?
― Você me traiu.
Novamente foi atacado. Sua paciência estava por um fio...
