EXTRA

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Ettore deu a volta na mesa de seu escritório e sentou-se na cadeira confortável de couro

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Ettore deu a volta na mesa de seu escritório e sentou-se na cadeira confortável de couro. Uma dor fina se espalhava de sua têmpora para trás de seus olhos e puxar os fios louros ligeiramente cinzas de sua cabeça provocava ainda mais aquela dor.

O Bertinelli vinha sentindo aquela dor por dias, nenhuma aspirina foi capaz de acabar com seu incômodo, e ele sabia o motivo: Sua herdeira estava prestes a completar 15 anos de idade.

Todo seu esforço de manter a garota segura e longe dos olhares tinha resultado em atenção dobrada.

Por um lado tudo estava tranquilo, até semana passada quando uma cabeça foi deixada na porta de sua casa. Uma ameaça clara vindo dos malditos russos. Mas havia um outro lado, o que exigia o casamento de sua Graziela.

Agora que tinha finalmente alcançado a maturidade e deixado de lado toda sua impulsividade tinha se dado conta que assassinar Andrei foi tolice, e uma das bem grandes.

Aquela merda estava começando a feder.

— Miguel é a escolha certa, você sabe. — Helena trouxe aquele assunto assim que se sentou no sofá. — Mostra que somos uma frente unida e que somos fortes.

Ettore não concordava completamente com sua esposa. Mostrava uma frente única e ponto. Miguel é fraco, um completo covarde que sequer conseguia segurar uma arma sem que a mão tremesse.

Um suspiro cansado escapou de seus lábios e algo similar partiu da mulher que dobrou uma perna sobre a outra, esfregando o peito. Estavam falando da filha deles, porra. Aquilo nunca seria fácil.

— Não, boneca. Ele não é, sabemos disso. Não basta fazer uma ameaça, tem que ter peito para sustentá-la. — Ele argumentou. — Uma palavra que é apenas palavra, não é sinônimo de força.

Graziela ainda não sabia de nada daquilo, do mundo que pertencia e das regras que logo seriam impostas a ela. Sempre adiaram aquele assunto como se um algum dia fosse surgir um momento perfeito, mas aquilo não existia, não estavam num maldito conto de fadas.

Como teriam coragem de pedir que ela se case por sua problema proteção? Seus pais que deveriam proteger a menina, mas não estariam ali para sempre, tudo o que podiam era fazer uma boa escolha.

— Não se aflija tanto com isso. Ela nem tem idade para um casamento. É só uma menina e por enquanto a nossa menina.

Aquele não aparentava um pedido impossível, Helena estava certa, mas não conseguia relaxar. Ela se aproximou, as mãos apoiadas em seus ombros e começou uma leve massagem. Sua dor se aliviou um pouco, mas aquilo não era o bastante para acabar com ela.

Estava preocupado com o futuro, com as perguntas sem respostas. Não teria todo o tempo do mundo e nem viveria para sempre para encontrar as respostas com calma e paciência. Só não queria agir por impulso, sem tolices dessa vez.

— Não consigo. — Ettore buscou uma das mãos da esposa, a mesma com o anel de mogno em seu dedinho, o que fazia par com o dele. — É isso o que querem, não a Graziela, não a sua segurança, apenas poder.

Ele beijou aquela mão. Ele mesmo tinha feito de tudo por aquele anel, ainda havia uma sombra nos olhos dela por tudo o que tinha acontecido entre eles. Algumas feridas nem o tempo é capaz de curar.

— Ela sabe se cuidar, temos feito um bom trabalho com ela. Suas palavras não são vazias.

Eles realmente estavam fazendo. Ensinando tudo o que ela precisava saber, nunca tinha entregado a verdade, mas a garota sabia lutar, atirar, tudo o que fosse preciso para se defender.

Mesmo assim aquele angústia continuava a crescer em seu peito, ele sempre foi intuitivo, nunca colocou uma ideia errada não cabeça ou nunca perdeu o sono por algo que fosse besteira. Sempre tinha algum problema.

Helena fazia carinho em seus cabelos e ali estava a linda distração de cabelos pretos e olhos azuis. A que cegava Ettore, sempre desviando sua atenção, mais um motivo para que sua cabeça não parasse de doer.

— No que está pensando? — Ela perguntou, dando um beijo entre as sobrancelhas do marido, onde tinha uma ruga de preocupação.

Ettore foi atingido pela verdade como se um caminhão tivesse acabado de passar por cima dele. Na verdade, tinha um homem. Um único homem que poderia confiar sua menina, aquele que enxergava a missão à frente de tudo. Colocava a Giostra acima de qualquer interesse próprio.

— Eu sei de alguém capaz de subir ao altar e que fará disso sua missão.

— Fabrizio vai querer te matar por dispensar o seu garoto de ouro. — Seu tom estava carregado por aquele deboche, mas desta vez não o irritou, não era direcionado a ele.

— Ele que tente, foi incapaz de criar um homem decente. Produziu um viciado.

Estava falando sério, não iria abrir exceções naquele assunto. Já estava decidido. Brigaria por aquilo se fosse preciso, mas Graziela não subiria ao altar com Miguel.

Ettore virou o rosto, puxando a esposa pela cintura. Com a decisão tomada não precisava continuar dando ouvidos àquela voz incansável em sua cabeça.

— Sem beijos. — Helena o imitou, uma coisa de anos atrás, e riu quando viu a careta de seu marido. — Viu o quanto isso soa ridículo?

Ele não respondeu, ainda detestava declarar suas derrotas em voz alta. Era ridículo.

Invés disso Ettore enganchou sua mão naqueles fios pretos enormes e trouxe aquela boca para perto de sua, sugando seu lábio inferior e provando daqueles lábios doces e carnudos. Suas línguas dançavam em sintonia e aquele gosto de melancia do gloss feminino encheu suas bocas.

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Só para matar um pouquinho da saudade 🥰

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Giostra - Máfia Siciliana (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora