|museu|

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|Três semanas depois

- Eu vou matar todos vocês_Samuel disse puto a minha frente. Amarrado na cadeira, os pés e as mãos para trás.

- O que a gente está fazendo com você é pouco_meu irmão disse ao meu lado. Outros três menor estavam juntos, todos usávamos máscara_Não devia mexer com quem está quieto Samuelzinho

Acontece que esse filho da puta. Atirou em soldado nosso, ele era casado. O filho dele estava junto, e presenciou a cena do pai sendo morto por esse verme.

- Ninguém mandou aquele marginal, tentar crescer pra cima de mim_Samuel disse olhando para o meu irmão. Meu irmão reagiu dando soco no seu rosto, e depois pegando a mandíbula dele. 

- Escuta aqui, você está na minha favela, preso, todo mundo aqui está armado

- Vocês não teriam coragem de matar_Samuel disse.

- E eu não quero te matar, no futuro isso vai acontecer_meu irmão disse. Ele sabia de todo o meu plano_Ok, a máquina está pronta?

- Está_magrão disse. Tinha máquina na mão.

- Pode cortar o cabelo dele_disse e se afastou vindo ao meu lado. Dois menor segurou a cabeça dele pra ele não se mexer, enquanto o magrão se aproximou ligando a máquina.

- Passa a zero nele, ficar careca está na moda_meu irmão disse. Me segurei pra não rir.

- Eu vou acabar com vocês_Samuel dizia, enquanto seu cabelo era cortado.

POV Carol

- Cheguei_Eu avisei fechando a porta do apartamento. 

- Na cozinha_escutei minha mãe avisar.

Fui em direção a cozinha, vendo minha mãe dar comida ao Davi. Sua boca toda lambuzada. E o babador sujo.

- Meu neném está comendo_Eu disse chamando sua atenção. Ele olhou pra mim rapidamente e sorriu.

- Mama_ele disse esticando os bracinhos.

- Quer que eu do comida pra ele?_perguntei a minha mãe deixando a bolsa em cima da mesa. 

- Não precisa_Minha mãe negou_ah chegou uma carta pra você_avisou, apontando pro balcão. Peguei a carta vendo o verso, Davi Silva?

Abri a carta, tirando de lá um papel. Abri vendo um pequeno texto.  Era a Dayane. Ela dizia na carta pra gente se encontrar Sexta-feira. Que iria estar no fim da rua em um carro preto e falou a placa. Eu sorri com isso, desde daquele dia em venho querendo esse encontro pra gente conversar. Saber o por que dela sumir, fingir que estava morta.

- Sobre o que é a carta? conta pra pagar?_mama perguntou.

- É, conta da internet_Eu menti. Day avisou pra não contar a ninguém sobre isso. Se bem que caso eu falasse "Mãe, então eu vi a Day, ela está viva, eu toquei ela". Minha mãe ia no mínimo me achar louca, achar que estava delirando novamente.

[...]

POV Dayane

Eu estava dentro do carro esperando a Carol. Estava a pouco metros do seu condomínio. Eu usava óculos escuro, e de máscara de modo que tampasse minha boca apenas. Peguei meu celular chegando as horas era 11:19, marquei com a Carol 11:20 aqui. Escutei batidas no vidro do carro, olhei rápido vendo a Carol usando moletom. Estava frio aquela manhã. Destravei a porta e estiquei o braço para abrir. Carol olhou pra dentro do carro, tirei o óculos e baixei a máscara. Ela entrou e fechou a porta. E me olhou , sorri de lado.

- Pronta, pra saber a verdade_Eu disse. Carol concordou.

- Estou pronta_Carol disse.

[...]

- O que estamos fazendo no museu de arte?_Carol perguntou andando ao meu lado.

- Vamos conversar_Eu respondi.

- Aqui não parece ser um lugar pra isso_Carol disse.

- Exatamente, ninguém nunca vai desconfiar que estaria aqui conversando com você_Eu disse. Carol nada disse.

Andamos entre as paredes amarelas indo para o final do museu. Por ser um horário menos movimentado, no fundo vai estar vazio. Me sentei no banco amarelo, Carol se sentou ao meu lado. A parede a nossa frente tinha algumas pinturas.

- Eu quero que você acredite em mim, em tudo que eu contar_Eu disse, e a olhei.

- Ok_Carol disse. 

Suspirei antes de começar a contar. Tudo desde o começo, desde quando saí do nosso apartamento, com Carol grávida de 6 meses. Quando me pararam na blitz. Então me bateram na viatura pra eu desmaiar, acordar em um galpão abandonado, me baterem até eu ficar desacordada, depois eles me baterem mais quando acordei, e então me deixarem lá pra morrer. Carol tinha os olhos vermelhos, suas lágrimas escorriam enquanto contava.

- E aí, meu irmão me achou graças a um orelhão que tinha ali perto, eu consegui ligar, e depois só lembro de acordar já no morro_Eu concluo.

- Como ele pode chegar a fazer isso com você, como ele chegou ao ponto de quase matar a mãe do meu filho_Carol disse chorosa, sua voz embargada_Me desculpe, e não devia ter deixado ele..

- Ei não deve pedir desculpa

- Eu deveria ter notado que ele tinha essa loucura na cabeça, foi culpa minha ele fazer isso com você_Carol disse.

- Não, não foi sua culpa_Eu disse segurando sua mão_não foi sua culpa, escutou?

- Ele precisa pagar pelo que fez com você_Carol disse.

- Ele vai pagar, brevemente, ele não estará perto da gente, e do nosso filho, estaremos livre ele em breve_Eu disse lhe olhando nos olhos. Carol sorriu, em segundos senti sua boca colar na minha. Um selinho demorado, regado ao gosto salgado das suas lágrimas_Como está o pequeno Davi?_perguntei pelo meu filho.

- Está é difícil, teimoso que nem você_Carol disse divertida.

- Estou morrendo por não poder pegar ele no colo, passear com ele, dar banho_Eu disse, e suspirei_mas enquanto no resolver o assunto Samuel, não posso ficar perto dele

A dona do morro [G!P]Onde histórias criam vida. Descubra agora