|Um corpo|

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- Residência Biazin_Meu pai disse assim que atendeu o telefone_Sim....sim ainda estamos....ok vamos para o local, me passe o endereço por favor?_meu pai pegou um bloco de nota e caneta, e foi escrevendo_ok, anotei, obrigado por telefonar_concluiu, colocando o telefone no gancho.

- Quem era? é sobre a Day?_Perguntei olhando pra ele. Vi ele suspirar devagar.

- Era do departamento de polícia, eles..

- Acharam ela?_Perguntei, começando a me animar com a possibilidade de encontrar ela.

- Era do IML_Meu pai disse. Eu não disse nada, apenas oi fiquei olhando, suas palavras rondava minha cabeça.

- Filha_Minha mãe me chamou pegando minha mão_Fique calma, respire_disse e seu dedo secou uma lágrima que escorreu.

- Bom, ela pediram pra gente ir lá reconhecer o corpo_Meu pai disse.

- Então vamos_Eu disse.

- Não, você fica aqui em casa com os seus irmãos_Minha mãe disse.

- Eu não quero ficar em casa, pensando que talvez o corpo do IML seja da minha mulher_Eu disse.

- Irmã, vai ser melhor pra você e pro pequeno_Renan disse se referindo ao meu filho.

- Não, eu vou junto, eu quero ver o corpo_Eu disse encerrando o assunto.

[...]

- Alô, dona Selma? É o Isaías_Meu pai disse com uma mão no volante, minha mãe segurava o celular que estava no viva voz.

- Oi, aconteceu alguma coisa? Encontraram minha filha_Selma perguntou do outro lado da ligação.

- Não, não a encontramos, mas estamos indo pro IML agora

- IML por que estão indo pra lá?

- O departamento de polícia que está nos ajudando, disse que encontraram um corpo deu uma mulher no meio do matagal, ele disse que tinha características dela, e pediu para ir lá reconhecer o corpo_Meu pai explicou, eu senti meu coração apertar, e então senti uma mão na minha, era meu irmão Rafael, o mesmo sorriu pra mim_Eu entrei em contado com vocês, para vocês irem nos encontrar lá, por que cê fosse realmente o corpo dela, você sabe...

- Meu pai amado, ok nos encontramos lá, obrigado por nós avisar_Selma disse, ela parecia emocionada.

- De nada, nos vemos no IML norte

- Ok, estou indo pra lá

[...]

Eu estava sentada no banco verde no IML. Meu pai, meu sogro e o Victor entraram lá dentro. Não podia entrar todos. Se passaram alguns minutos quando vi, primeiro meu sogro entrar com os olhos vermelhos, logo meu pai e o Victor olhando para o chão. Me levantei da cadeira, assim como todos.

- Era ela?_Minha sogra perguntou primeiro que eu. Vi meu sogro balançando a cabeça positivamente devagar.

- Era ela, era o corpo dela_Meu sogro disse.

Fui baixando meu olhar lentamente, senti meu coração apertar, e minha vista embaçar. Me sentei na cadeira, processando as palavras. "Era o corpo dela". A minha Day morreu, ela está morta.

- Filha_Meu pai me chamou, se agachando na minha frente_Você está bem? Eu sei que é uma pergunta idiota em um momento desses, mas você tem um mini Biazin/Lima aqui dentro_sua mão estava na minha barriga_Você está bem?

- Ele está, eu não estou bem pai_Eu disse e caí no choro. Meu pai rapidamente me abraçou, senti uma mão no meu ombro, era minha mãe, senti outra do meu lado, era Selma_Eu quero ver ela

- Filha..

- Não mãe, eu quero ver ela_eu disse.

Entrei no quarto frio do IML. Tinha uma maçã de ferro, seu corpo estava cobrindo por um pano branco. Senti a mão do meu irmão, Renan no meu ombro. Me aproximei da maca, e o cara vestindo jaleco branco e luvas azul. Descobriu apenas seu rosto, senti meus olhos se encherem de lágrima novamente, senti sempre a presença do meu irmão, passando conforto. Seu rosto estava um pouco desconfigurado, mas ainda dava pra ver suas linhas que tanto amo, seus olhos fechados.

- Eu posso tocar ela?_Perguntei o homem que negou, eu apenas concordei_Eu te amo meu amor, eu vou encontrar quem fez isso com você

A dona do morro [G!P]Onde histórias criam vida. Descubra agora