|Velório|

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Estava parada em frente ao espelho no meu antigo quarto na casa dos meus pais. Usando um vestido largo preto. Minha barriga estava visível. Na qual eu fazia carinho na mesma. Suspirei fundo triste.

Hoje é o enterro da Day. Hoje matou está um dia nada agradável. Eu queria tanto sua isso disse mentira. Que a Day entrasse por essa porta e me abraçar, beijar minha boca,  conversar carinhosamente com a nossa filha. Senti meus olhos encherem de água.

- Filha_Escutei minha mãe me chamar, após bater na porta. Ela abriu a porta_Vamos?

- Vamos_Eu concordei.

{...}

Quando chegamos no local do enterro. Com certeza não estava um clima agradável. Abracei minha sogra que tinha os olhos vermelhos. Abracei logo depois Victor. Abracei alguns amigos próximos que estavam por lá. Incluindo o Felipe que tinha um copinho de café na mão.

- Carol, está tudo bem?_Felipe perguntou, me dando um abraço confortável. Apesar da gente não se conhecer tanto. Com certeza Day ia adorar ter ele aqui.

- Estou tentando ficar bem_Eu disse, e dei um meio sorriso_Fico feliz que tenha vindo

- Eu tinha que vim, eu e a Day tivemos uma amizade grande em pouco tempo_Felipe disse_Já foi lá ver ela?

- Não_Neguei encarando o caixão escuro a poucos metros. Senti sua mão no meu ombro.

- Infelizmente o caixão está fechado, mas dá pra ver o rosto dela_Felipe disse.

Suspirei. E me aproximei do caixão fechado. Toquei o caixão gentilmente, encarando o pequeno vidro aonde aparecia seu rosto. Seus olhos estavam fechados, ela parecia estar dormindo. De fato estava dormindo, pra sempre.

- Oi meu amor_Eu comecei, dizendo as palavras baixo, como se fosse um segredo_Espero que aonde que você esteja, esteja feliz, e caso estiver me vendo, quero que veja o quando eu estou sofrendo com isso, mas vou ser forte por nós três_disse colocando a mão sobre minha barriga_Eu te amo muito e você sabe disso, pensei que finalmente íamos ter paz, ter nossa família, mas pelo visto não, eu prometo que vou sempre deixar nossa filha ciente de quem você é, da mulher carinhosa que você era, e também prometo prender quem fez isso com você, por mais que eu tenha certeza que você ia brigar comigo, dizendo para deixar pra lá, mas não eu vou fazer isso, eu vou até o fim pra prender quem fez isso_suspirei, lágrimas descia pelo meu rosto_eu te amo, eu te amo muito

[...]

- Olha, qualquer coisa só falar comigo, me telefonar_Felipe xisse_se precisar de alguma ajuda com esse peque_tocou minha barrog_só me ligar, ok

- Pode deixar, é bom ter o seu apoio, você tinha uma amizade grande com ela, bom é melhor eu ir_Eu disse_Meus pais estão me esperando no carro

- Tudo bem, vai lá_Felipe disse. Abracei ele_Fica bem

- Pode deixar, você também_Eu disse, dei um sorriso.

Comecei a andar pra fora do cemitério. As ruas daquela tarde em São Paulo estavam como sempre cheia. Avistei o carro do meu pai parado na vaga, o mesmo estava encostado me esperando.

- Carol!_Escutei me chamarem. Após ouvir porta de carro se fechado. Olhei pra trás vendo o Samuel_podemos conversar, fiquei sabendo da notícia, sinto muito pelo acontecido_Samuel disse neutro, as mãos dentro do bolso da calça.

- O que você quer? aposto que estar feliz com a notícia_Eu disse, apoiando minha mão na barriga.

- Vim apenas te ver, imaginei que estaria numa situação difícil, não estou nada feliz com isso, a bandidagem no Brasil tá difícil, foi triste ela morrer daquele jeito

- Bom, o Brasil está jeito por conta de políciais que não tem humildade, senso, ou até mesmo educação pela população, que só por que está fardado acha que pode fazer qualquer coisa, acha que pode matar quem quiser sem ao menos se informar de algo_eu disparei nele. O mesmo tentava me interromper de vez enquanto_não quero conversar com você, preciso ir pra casa_disse quando ele não disse nada.

Quando fui passar por ele. Senti sua mão segurar meu braço, me parando. Olhei pra sua mão no meu braço e olhei pra ele.

- Quero que saiba, que eu vou estar aqui, do seu lado, não fica bem uma mulher criar um filho sozinho, vou estar aqui quando me telefonar, sabe meu número ou.._Não deixei que ele terminasse.

- Cala essa boca, você acha mesmo que eu vou deixar você criar meu filho, eu posso muito bem criar ele sozinha, não preciso de um "homem"_Eu disse me soltei do seu aperto e continuei andando até o carro aonde meus pais me esperavam.

A dona do morro [G!P]Onde histórias criam vida. Descubra agora