Capítulo 11

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Nicole estacionou o carro no estacionamento do colégio pontualmente às dezenove horas, horário marcado no convite que ela e seu irmão haviam recebido de Jordana.

— Não te falei que estávamos muito adiantados, Renan? Tudo vazio. E não tem mico maior do que ser a primeira a chegar em uma festa.

— Quanto antes, mais cedo saímos dela.

— Cadê o ânimo, maninho? Afinal, a Jordie ficou de vir.

— Está certo. Podemos ficar aqui, enquanto os outros alunos não chegam.

Nicole se vira para o Renan com um semblante fechado:

— Um rapaz e uma moça dentro de um carro, em meio a um lugar ermo? O que irão achar?

— Que isso, Nicole.... Somos irmãos!

— Como se os humanos não fossem capazes de fazer barbaridades.

— Nem todos são perturbados.

Naquele instante, o aparelho celular de Nicole tocou:

— Jordie. Mandou mensagem dizendo que a entrada para o baile é pelo outro portão. Essa sua namoradinha é enrolada, hein?

— Oficialmente ainda não somos namorados.

— Não seja por isso. De hoje vocês não escapam dos meus desígnios.

Renan pôde jurar ter visto um brilho diferente nos olhos de Nicole. Entretanto, preferiu ignorar sua desconfiança, no momento em que Nicole dava partida no veículo e logo arrancava para contornar o colégio rumo à entrada secundária.

Ao estacionarem numa vaga próximo a entrada, Renan contemplou à decoração temática no entorno e declarou, ainda no automóvel:

— Não entendo esses humanos. Convencionam uma data comemorativa qualquer para depois marcar evento alusivo àquela data fora da época.

— Deixa de ser chato, Renan! — Nicole ralhou com o irmão, enquanto desfivelava o cinto de segurança. — Eles que comemorem o Halloween no carnaval até. O importante é fazermos nosso serviço, lembra?

— Não vejo no que nossa presença em um ritual rítmico agregaria para nossa missão.

— Confraternização. É assim que conseguiremos nos aproximar de quem devemos salvar. Seja menos nerd. Ao menos por hoje...

Conformado diante da reprimenda de Nicole, Renan se ejetou do assento, logo abrindo a porta do carro no momento em que avistava um rosto familiar.

— Olá, Eduardo. Chegou cedo.

— Que nada, cara! Acabei de acorrentar minha bike.

— Sua mãe não te trouxe de carro? — Indagou Renan.

— Minha mãe não pode nem sonhar que estou em uma festa desta. Ela acha que fui estudar na casa do Hugo.

— Vocês são amigos? — Estranhou Renan.

— Mamãe pensa que sim. Melhor assim...

Depois de contornar a frente do veículo, Nicole dá um abraço caloroso no amigo, pegando o rapaz desprevenido.

— Menos, moça. Deste jeito, vão achar que temos algo mais além da amizade.

Entre o Céu, a Terra e o InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora