Capítulo 4

3.8K 210 34
                                    

Point of view Douglas Gonçalves.
Domingo.

Desço as escadas encontrando a encrenca sentada no tapete com o maior carão. Mulher bolada é uma fita sem base, mas agora, Melissa bolada é uma situação mais lá pra baixo.

Se fosse em outra situação, eu estaria nem aí, mas reconheço que errei com ela, Melissa é firmeza mesmo sendo chata pra caralho. Consciência chegou a dar aquela pesada, sei que ela gosta dessas besteiras então já coloquei uma pizza na roda.

- Qual foi maluca, vai ficar sentada aí no chão? - Sento no sofá olhando para ela.

- Seu tapete é confortável. - Desliza a mão pelo tapete de pelo. - Uma vez eu estava pensando em comprar um desses para colocar no meu quarto.

- Ia ficar dahora um preto na frente da cama, não comprou por quê?

- Você já viu o preço desse tapete?

- Nem é tão caro assim . - Ela coloca a mão em frente da boca fingindo se engasgar.

- Claro que não, é só o olho da cara mesmo, nada demais, bobeira. - Faz pouco caso. - Infelizmente não tenho dinheiro igual você e muito menos não ganhei na mega sena ainda.

- Cê tá focada na faculdade, tu cresceu com a sua mente em outra coisa, já eu cresci com o foco nas notas desde cedo.

- Ô meu Deus, por que eu não cresci assim também? - Suspira se lamentando.

- Deixa de ser mente fraca, branquela - Chuto fraco o seu ombro com a perna e riu da cara que ela faz.

- Ai, Relíquia! Você sabe que isso dói?

Ignoro o seu drama dando continuidade na minha fala.

- Falando sério contigo agora, dinheiro é só papel, garante teu futuro primeiro que as notas serão consequência do seu esforço.

- É só papel. - Me imita. - Um simples papel que me deixaria muito feliz, nem precisa de muito não, sabe? Sei lá, uns vinte papelzinho azul já me deixaria feliz, aquele com o desenho de um peixe.

- Vira garota de programa, cê vai faturar igual água.

Ela sorri aprovando a ideia, riu negando com a cabeça não tem como brincar com ela que ela leva a sério.

- Boa idéia. - Bate palma animada. - Garota de programa não, eu vou virar é acompanhante de luxo, isso mesmo!

Riu passando a mão no queixo com essa ideia maluca, o foda é que eu nem duvido. Ouço o radinho começar a chiar e a voz do segurança surge falando que o moleque chegou com a pizza.

- Fica marolando nessas idéias maluca aí. - Falo rindo pegando o dinheiro na carteira.

Saio de casa atravessando o jardim vendo alguns vigias em pontos estratégicos.

- Boa noite, patrão. - O moleque que parece ter dezesseis anos deseja assim que abro o portão.

- E aí, menor. Tá certinho?

- Tá sim, só vou pegar o troco aqui. - Me entrega as caixas abrindo a pochete.

- Pode ficar pra tú, valeu aí.

- Quê isso, Relíquia. Brigadão, só agradece, precisando é só ligar. - Concordo com a cabeça voltando para dentro.

- Qualquer coisa é só acionar. - Falo com Jorginho um dos vigias.

Doce TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora