Capítulo 13

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Point of view Douglas Gonçalves.
Domingo.

Não sou de sentir dó e muito menos pena de alguém. Sem maldade, mas o que eu sinto pelos vizinhos de Melissa é muita pena, na moral mesmo, ainda mais quando ela liga o som, depois recebe alguma muta aí e ainda reclama. Estou com a porta da sacada fechada e mesmo assim parece que o som está do lado do meu ouvido.

Melissa aparece no meu campo de vista balançando o quadril, trago descendo o olhar pelo seu corpo parando na sua bunda, bunda empinadinha e redondinha.

Viro o rosto soltando a fumaça na grade de proteção, quando volto meu olhar para ela, ela está parada em frente da tv com o controle na mão, deduzo que esteja trocando de música, dito e feito! Não demora muito para um arrocha começar a tocar.

Não sei se é eu que estou ficando na onda e enxergando demais ou Melissa está mesmo dançando forró agarrada na almofada.

Termino e apago a ponta, abro a porta de vidro e entro fechando logo em seguida, antes que o cheiro da maconha invada a sala, para Melissa não chiar na minha cabeça.

— Eu que fumo e é tu que fica na onda? — Jogo a ponta no lixo tendo sua atenção em mim.

— Não tem ninguém para dançar comigo. — Joga ponto pra mim e eu já nego.

— Nem fodendo, precisa nem pedir.

— Vai, Relíquia... Só essa, eu finjo que você dançou comigo só porque ficou na onda, mesmo querendo ficar com o corpo agarradinho no meu. — Estica a mão sorridente achando que vai me convencer.

— Sei dançar não.

— Eu te ensino, a gente vai no famoso dois pra lá e dois pra cá.

Encaro ela sabendo que não vou ficar em paz até conceder o seu pedido, uma coisa que Melissa é, é insistente pra caralho, nunca vi.

— Só essa. — Agarro sua mão puxando seu corpo contra o meu. — Se tú sair espalhando isso, passo a zero no teu cabelo.

— Você não é doido. — Ergo a sobrancelha e ela bufa. — Tá bom, Relíquia, tá bom. Chato pra caralho. — Sussurra a última parte.

— Ó, tô ouvindo. Quer dançar sozinha? — Ela fecha um pouco dos olhos me encarando, consigo ouvir ela me chamando de chantagista só pelo olhar.

A música que estava tocando acaba e outra começa a tocar, uma música puxada mais para o forro, só consigo lembrar da veia que gosta de arrastar o pé. Junto nossas mãos e a outra deixo na base da sua coluna, Melissa começa a movimentar o quadril e eu encaixo as nossas pernas. Deixo ela me guiar e vou acompanhando o seus movimentos com a música envolvente.

— Você sabe dançar sim, seu mentiroso! — Me acusa surpresa. — Você só não queria dançar comigo.

Afasto os nossos corpos rodando ela que rir jogando o quadril voltando para mim.

— Talvez... — Sorrio com o canto dos lábios.

— Onde você aprendeu a dançar assim? — Pergunta assim que a música encerra.

— O pai já nasceu com o gingado. — Pisco para ela que me olha no maior deboche. — Sabia que tu curtia forró não.

— A minha família gosta, principalmente o meu pai, sempre que tem festa no final sempre acaba rolando um forrózinho.

— E foi nessas que cê aprendeu a dançar?

Melissa balança a cabeça confirmando, ela pega o controle da tv abaixando o som, sentando na outra ponta do sofá.

Doce TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora