Maratona (2/3)
Point of view Douglas Gonçalves.
Acordei faltado dois dedos pra mim cair da cama. Esfrego o olho e pisco algumas vezes focando a vista, sinto um peso na minha cintura quando abaixo o olhar vejo Melissa praticamente deitada em cima de mim, sua perna está jogada na minha barriga, seus braços estão por cima do meu corpo e sua cabeça está deitada no meu peito.
- Aí cê já tá me tirando véi. - Falo olhando o espaço que tem atrás dela, cabe mais duas pessoas só nesse espaço.
Ia embora ontem mesmo, a intenção era só vir buscar as minhas coisas, acabou que ficou tarde e Melissa implorou para eu ficar, faltou só chorar e como eu sou um cara bom, realizei o desejo dela.
Quando a gente foi dormir estávamos certo, cada um no seu canto, ainda abracei ela porque sou um cara gente boa. Só não sei como eu vim parar na ponta da cama, mais um pouco eu caia, sem nem como eu caí. Mas se eu caísse ela ia vir junto, queria nem saber se eu caí sozinho, ia puxar ela só pra ela deixar de ser besta.
- Puta que pariu viu. - reclamo empurrando o seu corpo.
- Para de me acordar, Relíquia! Que saco! - xinga baixo.
- Saco tu vai vê daqui a pouco, olha essa porra aqui, Melissa, arreda aí tio tô quase caindo da cama.
Tu arredou ou fez alguma coisa? Porque essa Branquela me ignorou legal voltando a dormir, ainda enfiou o rosto no meu pescoço.
- Eu vou descer a mão se tu não arredar, vai arredar não né? - dou um tempinho. - Suave então. - dou um tapão na sua bunda.
Melissa arredou em menos de dois segundos, eu avisei. Ela me xinga não sei de quantos nomes, nomes que nem eu sabia que existia. Levanto antes mesmo dela retribuir o tapa.
Porra, tô quebrado véi. Corpo todo dolorido.
Esvazio a bexiga sentindo aquele alívio maroto, jogo uma água no rosto e escovo os dentes. Faço um tempinho ali no banheiro dando um tempo para Melissa acabar de xingar e ficar suave.
Volto para o quarto, ela está sentada nos calcanhares com a mão onde eu bati. Coloco as mãos na coluna e pressiono arqueando as costas estalando os ossos. Melissa levanta da cama e passa por mim sem me olhar, deito na cama sentindo o meu corpo dolorido, enquanto espero o Poodle voltar.
Ela volta pisando duro, abro um sorrisinho ao ver a sua cara fechada. Eu que acordo todo quebrado, corpo todo dolorido e quase caindo da cama, e é ela que fica bolada não é fácil não viu, puta que pariu.
- Nem adianta tu ficar bolada não, quem era pra ficar com essa cara sou. - Melissa me olha na mesma hora e respira fundo.
- Você.. - respira fundo. - Viu o que você fez na porra da minha bunda?
Sabe quando a pessoa está falando no puro ódio mas em um tom calmo? Melissa está assim.
- Eu avisei pra tu.. qual foi, Melissa? - não aguento e riu quando ela coloca o travesseiro dela para baixo.
- Eu não estou achando nenhuma graça nisso. - murmura bolada.
Só agora percebo que ela está quase dormindo em pé, está explicado o porque dela não ter surtado tanto.
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Doce Tentação
Teen FictionMelissa Santos, uma grande mulher com opiniões fortes e dona de si. Melissa se mudou para o Rio de Janeiro, em busca de conquistar e correr atrás dos seus sonhos. Mal sabia ela que o seu destino no Rio, não fosse apenas correr atrás de seus sonhos. ...