Point of view Douglas Gonçalves.
Acordei com uma dor de cabeça do caralho, mal conseguindo abrir os olhos, quando finalmente abri me arrependi, que porra eu estou fazendo no apartamento de Melissa?!
Porra.. porra.. mil vezes porra!
Alguns flashes do dia anterior invade minha mente, me esforço pra saber a merda que fiz, a única coisa que consigo é pontadas fortes na cabeça, minha última lembrança é a que eu estava no bar dizendo que não iria me humilhar por ninguém e.. Puta que pariu! Lembro dos áudios que mandei para Melissa chorando, caralho. Isso é o suficiente pra fazer eu afundar minha cara no travesseiro ao lembrar do papel que me fiz prestar.
Melissa não está na cama, isso aumenta a minha percepção de que fiz merda, provavelmente ela dormiu no sofá, não sei se isso é bom ou ruim, nunca fiquei tão constrangido, isso porque não me lembro da mísera metade do que aconteceu. Alguma coisa tinha naquela cerveja, não é possível.
Levanto vendo que estou só de cueca. Abro a minha parte do guarda-roupa que é uma gaveta e pego uma bermuda, visto saindo do quarto. Passo no banheiro para esvaziar a bexiga e lavar o rosto. Confirmo o que estava achando, de fato Melissa dormiu no sofá. Passo a mão no rosto tomando coragem, sento na beira do sofá vendo ela sumida no meio do cobertor.
- Melissa? - sou ignorado, respiro fundo sentando na beira do sofá. Apelo para o charme que ela gosta de manhã, deslizo a mão na sua bunda, sinto falta da petulância que ela chama de bunda. Franzo o cenho e aperto procurando pelo volume.
- Qual foi truta?! - a voz grossa me assusta, dou um pulo na mesma hora vendo que é Gafanhoto.
- Tá me estranhando, Jão?! Que porra cê tá fazendo aí caralho.
- Cê que tá me estranhando caraí, apertando a minha bunda, porra. Sei nem o que tô fazendo aqui.
- Cê não lembra de nada não? - sento e ele nega, passo a mão no rosto. Tô fodido. Quando ia pedir pra Gafanhoto tentar puxar na mente alguma coisa de ontem, a porta é aberta revelando Melissa com algumas sacolas.
Foi só olhar pra ela que fiquei todo sem jeito só de lembrar dos meus áudios chorando, nunca fiquei tão sem graça, papo reto, sei nem o que falar.
- Preparei café antes de sair. - diz só isso, deixa as sacolas na bancada e enche duas xícaras, aponta para elas.
Sento em um dos bancos, Gafanhoto levanta resmungando pela dor de cabeça e senta do meu lado pegando uma das xícaras, pego a outra e dou um gole no café amargo, balanço a cabeça chegando arrepiar.
- Caralho Melissa, esqueceu do açúcar?
- Esqueci, igual a noção que vocês esqueceram ao pegar o carro e dirigir bêbados. - muchei na hora, não falei mais nada pra não piorar a minha situação.
Nem quando a minha mãe estava prestes a tirar a minha alma do corpo ao me bater eu fiquei tão nervoso como estou agora, o silêncio dela me deixa tenso. Melissa guarda algumas das frutas que comprou em silêncio, me deixando apreensivo. Coloco a xícara vazia no balcão, quando Gafanhoto também acaba Melissa vira para nós dois com a mão na cintura.
- Eu não estou aqui para ser chata e muito menos babá de ninguém, mas vocês dois tem noção do risco de pegar um carro quando está bêbado? Sinceramente. - nega. - Vocês dois não são adolescentes. Imagina se uma coisa acontece? Vocês dois vão ser pai, caso tenham esquecido, vocês tem um bebê que também depende de vocês.
Calado estava, calado fiquei. Estou no erro mesmo, não tenho o que debater, a única coisa que posso fazer é ouvir calado. Nem Gafanhoto escapou dessa, ele estava quase dormindo sentado ouvindo a bronca, as vezes ele dava umas pescadas e o corpo dele tombava quase caindo, me segurei para não rir.
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Doce Tentação
Teen FictionMelissa Santos, uma grande mulher com opiniões fortes e dona de si. Melissa se mudou para o Rio de Janeiro, em busca de conquistar e correr atrás dos seus sonhos. Mal sabia ela que o seu destino no Rio, não fosse apenas correr atrás de seus sonhos. ...