Point of view Douglas Gonçalves.
Terça-feira.
Empurro a porta com o pé ouvindo ela bater, jogo a chave no móvel clicando no áudio que Melissa me mandou uma hora atrás."- Relíquia, tem como você passar no shopping e buscar o meu carregador na lojinha de assistência técnica? Aproveitando que você está na rua, não vou conseguir sair agora, estou livre só duas e meia e não quero ir parar lá no shopping."
E eu tenho que parar né, filha da puta? Eu falo que Melissa é mansa, depois ninguém acredita. Puxo o ícone de áudio para cima.
- Fui vê tua mensagem só agora, acabei de chegar no teu apartamento, se tu tivesse me falado antes... - Envio vendo ela ficar online na mesma hora.
"- Então deixa, já estou quase sendo liberada mesmo, mudo meu caminho e passo lá, obrigada."
Arranco a pontinha da unha com o dente encarando a tela do celular, falta oito minutos para ela ser liberada. Bufo negando com a cabeça, só ela para me fazer sair de novo.
- Espera na porta que tô passando aí.
Pego a chave e saio novamente, entro no elevador apertando o número da garagem, não demora para a porta metálica se abrir. Caminho em direção de onde deixei o meu carro estacionado, deslizo minha mão pela lataria preta apertando no controle para destravar. Entro olhando as horas no celular, seis minutos.. Com quatro eu chego.
O ronco do carro toma conta do ambiente, olho pelo retrovisor se não está vindo ninguém. Ninguém merece tomar indenização por atropelar alguém, também não iria pagar, não mandei ninguém passar atrás do carro.
Pego a pista ouvindo um rapzinho me distraindo. Não demora para eu chegar em frente a clínica, Melissa se despede de alguém que está dentro da clínica e entra no carro.
— Você chegou rápido. — Comenta colocando o cinto. — Aé, esqueci que estamos falando do Toretto.
— Cê tá ligado né? Trânsito tava tranquilo. — Murmuro com a atenção no retrovisor arrancando com o carro. — Largou mais cedo por quê?
— Geralmente na terça Michelle fecha mais cedo, Michelle, dona da clínica. — Explica quando vê minha cara de confuso.
Balanço a cabeça prestando atenção no trânsito, foi só eu falar que estava tranquilo que apareceu carro lá do quinto dos inferno, sinal fechando toda hora, se foder.
— Relíquia! — Grita segurando firme no apoio da porta, quando acelero antes do sinal fechar. — Me mata de uma vez porra!
— Cê tá muito estressada, coração.
— Nunca mais eu ando de carro com você, sério mesmo. — nega com a mão no coração. — Que susto! Sou nova mas posso ter um infarto, você sabia? — olho com deboche para ela que está fazendo drama. — Olha pra frente!
Reviro os olhos com tanto drama, aumento o som abafando a voz dela.
— Ela gosta muito de foder sem capa, gritando com tesão, me pedindo tapa — Canto olhando para ela. — Ela fica pra sempre tarada. Chupa aqui, não é sorvete, safada. Tive um déjà vu que eu já te vi pelada. — Aponto e ela ri.
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Doce Tentação
Teen FictionMelissa Santos, uma grande mulher com opiniões fortes e dona de si. Melissa se mudou para o Rio de Janeiro, em busca de conquistar e correr atrás dos seus sonhos. Mal sabia ela que o seu destino no Rio, não fosse apenas correr atrás de seus sonhos. ...