Point of view Douglas Gonçalves.
Junto as mãos no colo vendo Santino atravessar a porta da minha casa. Ele passa o olhar pela sala me encontrando sentado na poltrona, aponto para o sofá livre.
Depois de colocar a minha cabeça no lugar, tirando qualquer resquício de raiva e depois de queimar um, estou mais calmo, pronto para me estressar novamente.
- Vejo que já está mais amigável. - Santino provoca se sentando.
Estaria muito mais se Melissa não estivesse fazendo greve por causa da minha mãe, se depender dela não vou lhe tocar tão cedo. O que claro, é tudo mentira, porque ela não resiste a esse corpinho gostoso e delicioso que eu tenho.
- Você tem sorte que estou de bom humor. - Comento vendo o seu nariz inchado. - Mas mesmo de bom humor, olhar para a sua cara já está me enchendo a paciência. Vai, fala.
- Como disse para você, tentamos entrar em contato com paizão, mas não tivemos nenhuma resposta. Não sei de fato o que está acontecendo, mas como sabemos como são as coisas, não duvido nada que tenham tirado ele fora de circulação. Em duas semanas depois das minhas suspeitas, entrei mais a fundo e vi que ele não está no presídio, a sua cela está vazia. No relatório arquivado, estão dizendo que irão transferir ele, você sabe o que isso quer dizer, não sabe?
Sim, eu sabia. Quando eles falam que vão transferir, é porque precisam de algum álibi caso algo de errado.
- Então você acha que alguém descobriu? - pergunto o que tenho certeza.
- Certamente sim, não tem outra explicação para isso. O problema é. - ergue dois dedos. - Não sabemos se é a Guardia, ou outra coisa.
- De duas uma, ou é a Guardiã, o que eu tenho certeza que não. Ou alguma outra "operação", o que eu tenho quase certeza que é.
- Pode ser que estejam agindo juntos também.
- Pode ser. Mas a questão em si é, como eles descobriram? Nesse tempo todo ninguém suspeitou, o que teria feito seja lá quem for ter mudado de ideia? Ainda por cima, suspeitar logo de paizão? Aí tem coisa. - aponto, no fundo não querendo aceitar o que a minha mente grita que seja.
Vejo Santino se calar e olhar para um ponto específico, desvio o olhar vendo que ele está olhando para Melissa que está na cozinha distraída mexendo no celular enrolada na toalha, da última vez que vi ela, ela estava na piscina.
Respiro fundo massageando minha pálpebra com a ponta dos dedos.
- Sabe, Santino. Eu acho que hoje você tirou o dia para testar a minha paciência, antes que você decida continuar com isso, vou logo avisando que o seu nariz será pouco. Então eu acho melhor você olhar para a porra dos meus olhos, antes que você fique sem eles. Mas é claro, se você quiser continuar enxergando. - Ele desvia o seu olhar para mim e então sorri.
- Relíquia com ciúmes, hm? - arqueia a sobrancelha, se fazendo de surpreso. - Esperei tanto por esse momento, antigamente você não era assim, como podemos dizer.. Apegado a suas relações.
No tempo que passei aqui, Santino era uma fiel companhia de curtição. As nossas curtições eram resumidas em bebidas, drogas e sexo. Nessa época a palavra apego estava fora de jogo. Bom, isso continua até hoje, porém com certas excessões.
- Namorada ou algo do tipo? - aponta com a cabeça e eu nego. - Então a área está livre? - Provoca.
Quando você não conhece Santino, você acha ele insuportável, não que ele não seja. Mas conseguimos identificar o que são provocações na brincadeira, como agora.
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Doce Tentação
Teen FictionMelissa Santos, uma grande mulher com opiniões fortes e dona de si. Melissa se mudou para o Rio de Janeiro, em busca de conquistar e correr atrás dos seus sonhos. Mal sabia ela que o seu destino no Rio, não fosse apenas correr atrás de seus sonhos. ...