Capítulo 7

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Point of view Douglas Gonçalves.
Sábado.

Sabadão chegou daquele jeito sol já tá estralando, quase dez da manhã e tem gente já curtindo o final de semana. Era só uma gelada e um verdinho pro final de semana, mas o que vai constar é o baile mais tarde para comemorar a volta de L1, que chegou ontem a noite. É só um lazer que estava faltando, curtir uma farra da melhor forma.

- Tá rindo até pro vento hoje cuzão? - L1 chega perto de mim fumando um cigarro comum.

Tava marolando aqui na laje da casinha onde resolvemos as finanças, tinha acabado de queimar um.

- Aposto que o motivo desse bom humor é buceta. - Completa apoiando o corpo no batente.

Não vou ser hipócrita em dizer que não, uma pequena parte é por causa disso mesmo. Foder é a melhor parada pra desestressar, melhora o meu humor maneiro.

Ontem fui levar a roupa da branquela na intenção, ela postou status no whatsapp então já sabia que ela tava em casa, o foda é que a amiga dela estava lá, nem constava eu subir. Nem avisei que tava indo, Melissa parece morcego fica a madrugada toda acordada. Quando ela entrou no carro toda no estresse achei que nem ia rolar, Melissa quando está bolada fica estampado na cara dela, consegue nem esconder.

Vai fazer se pá um ano que a gente se conhece, sei como lidar com ela e tirar aquela marra. Fui chegando no chamego e rapidinho ela ficou mansinha, mas em compensação deixou claro o motivo dela ter ficado brava. Posso ser o mais filho da puta, mas sei reconhecer quando erro.

- Impressão sua. - Volto a olhar a visão do morro.

L1 soltou uma risada fraca como se aquilo fosse um "acredito".

- Cheguei tardão ontem, deu nem tempo de nois trocar um papo. Geral falando que tu saiu no certo esse tempo que eu tava fora, agradece por tudo aí.

- Que isso, cê tá ligado que nós é sempre tudo pelo certo. Foi uma responsa aí cuidar dos bagulho.

- Mesmo assim, se fosse outro saia na vacilação. É nessas horas que a gente vê a intenção. Cê sabe que tú é o meu braço. - Aponta pra mim soltando a fumaça.

Ralei pra caralho mas no final deu tudo certo, saber que os mano até comentou do meu comando é gratificante demais, sem comparação. Fico trocando uma idéia com L1, esse final de semana estou mais livre, o que eu tinha pra resolver eu já resolvi. Nós é merecedor de curtir um final de semana.

Depois uns mano chegou e a gente ficou só na trocação de idéia mesmo. Lá pra hora do almoço piei pra pensão que tem aqui na comunidade, a comida daqui é boa demais, me amarro em uma quentinha. Eu e mais dois parceiros fomos bater um rango, pedimos uma gelada só pra começar o final de semana. Tiro a camisa e jogo no ombro, calor pra caralho.

- Tú fica falando de mim, mas quem é todo rabiscado é esse aí. - Jerônimo aponta pra mim. Me amarro demais em tatuagem.

Já ia responder ele mas Amanda uma mina da quebrada passa em frente da pensão junto de mais uma amiga. Os moleque ficou só analisando elas que fizeram questão de subir mais o short, não tem nem como não olhar.

Amanda é doidinha pra sentar mas nem rendo, meu negócio é mulher difícil, gosto do desafio. Nem me emociono com essas meninas, gosto é de mulher com responsa. Essas daí quer sentar só porque é bandido, mas enfim, a vida é delas e elas sentam pra quem quiser, não sendo no meu pau tá suave.

- Cuidado pra mina não voar, Jão. - Falo com Gafanhoto. - Do jeito que cê tá secando a mina.

Jerônimo ri e Gafanhoto me manda dedo do meio mandando eu me ferrar, se apelar é pior, aí que eu gasto mesmo. Monto na alma de Gafanhoto junto de Jerônimo até a nossa comida chegar, ele já tava todo putinho.

Doce TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora