Capítulo 45

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Point of view Melissa Santos.

Não dormi quase nada, o corpo quando fica febril é uma sensação horrível, fora o sono que é péssimo. Quando deu seis da manhã eu já estava de pé.

De umas semanas pra cá estou sentindo que o meu psicológico está muito abalado, a pressão que passei na faculdade, a crise de ansiedade que tive, me deixaram emocionalmente abalada e a situação da minha tia veio em um momento que eu não estava bem.

Lidar com essas coisas não é fácil, estou sem notícias alguma da minha tia, não sei o que está passando na sala de cirurgia. Nessas quatro horas que fiquei em casa, ela estava passando por duas cirurgias de emergência.

Por mim eu teria ficado no hospital, mas os meus pais insistiram e eu vim por causa de Larissa, ela estava cansada.

Minha febre passou, mas ainda sinto a minha cabeça doendo e os meus olhos pesados que provavelmente estão inchados.

Ficar na casa dos meus pais estava sendo pior para mim, eu estava sentindo que a qualquer momento eu poderia ter outra crise. Por isso mesmo que quando amanheceu viemos para o hospital, Larissa também não conseguiu dormir muito. Já eu, consegui dormir por causa de Relíquia, tenho certeza que se ele não estivesse ali me passando segurança e conforto eu não teria conseguido.

Os meus pais estão exaustos, consigo ver isso em suas faces. Todos nós estamos muito abalados, da família está apenas os meus pais, eu e a minha irmã. A minha vó, por parte de pai passou mal quando ficou sabendo da notícia, por questão de saúde os meus tios acharam melhor ela ficar em casa até termos notícias, além do mais, não adianta o hospital encher de gente.

Tenho contato apenas com a família do meu pai. Além da minha tia, o meu pai tem mais dois irmãos. A família é grande, são primos até do cafundó de Judas. Mas para mim elas são só parentes, família é quem está do seu lado te colocando pra cima e a tia Rafa é uma delas, essa sim é a minha família.

Os meus pais foram na cantina com Larissa, estou sentada passando os dedos na pelúcia que ganhei de Anny, a garotinha que mudou o meu dia. A forma em que ela falava, o brilho no seu olhar, ela é tão pequena mas desde novinha é uma grande guerreira. Ainda quero me encontrar com ela, ela me transmitiu calmaria em um momento agitado com turbilhões de emoções.

Sinto a mão na minha coxa, olho para Relíquia que está sentado do meu lado.

- Cê tá balançando essa perna mais de vinte minutos.

- Desculpa.. não percebi, estou ansiosa.

- Distrai a mente, não fica se maltratando. Nessas horas sua mente pode ser a sua maior inimiga, usa ela ao seu favor.

- Como? Quando eu vejo eu estou pensando nisso. - aponto para o hospital. - E.. eu não consigo. - suspiro.

- Consegue, cê sabe que consegue basta tu querer. Diz aí pra mim, cê vai ficar aqui até que dia?

- Eu não sei, tenho a faculdade, mas eu não vou conseguir voltar com tudo isso acontecendo. As minhas provas acabaram, talvez eu fique até o meio dessa semana ou até mesmo essa semana toda, sinceramente.. eu não sei, eu não sei o que vou fazer, eu não sei o que vai acontecer, estou no automático, apenas existindo.

Doce TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora