Capítulo 72

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Point of view Melissa Santos.
Meses depois.

Quatro meses se passaram desde o acidente, nesse tempo Douglas praticamente se mudou para o meu apartamento, ele está aqui desde que voltamos do México, com ele aqui eu consigo cuidar dele, mesmo com ele dizendo que consegue sozinho.

Foram meses difíceis, não vou mentir. O acidente dele foi grave, ele saiu muito machucado, quebrou bastante ossos fora as feridas externas. Eu preocupada com os machucados e ele preocupado com as suas tatuagens, por causa das feridas algumas foram danificadas.

O pós hospital requiz de muito esforço da parte dele. Apesar dele ser uma pessoa muito esforçada, ele quer fazer tudo sozinho sem precisar de ninguém. Ele não tem paciência para esperar, a recuperação é demorada ainda mais na situação dele. É um dia após o outro, cada dia ele tem que se esforçar um pouco, não adianta ele esforçar tudo de uma vez e querer que tudo se resolva de uma hora pra outra.

Toda a sua falta de paciência acabava gerando frustrações, eu entendo que ele estava cansado, mas poxa.. Não era só ele que ficava afetado com tudo isso, foi horrível pra mim vê ele naquela situação e não poder fazer nada. Ele fingia que não estava nem aí, mas no fundo ele estava, só que ele guardava aquilo tudo pra ele, não colocava pra fora, nem comigo.

Por ele, desde que voltamos para o Brasil que foi duas semanas depois do acidente, ele teria ido para a sua casa e voltava com a sua vida normal. Esse é um dos motivos para ele está aqui, além de eu poder ajudar ele, ele não fica andando lá pra cá. Ele só não voltou para a sua vida normal por conta de mim, porque se dependesse dele..

Apesar de tudo isso, eu não posso negar, eu amo acordar com os beijos dele e ouvir a sua voz rouca no meu ouvido me desejando bom dia, não tem nada melhor.

- Douglas? - grito pela milésima vez não tendo resposta. Bufo e vou para o quarto encontrando ele sentado na minha pentiadeira arrumando o cabelo. - Não está ouvindo eu te chamar?

- Você estava me chamando de que?

- De Douglas, ué. Gritei mais de cinco vezes, os vizinhos todos devem ter ouvido.

- E eu chamo Douglas? - concordo olhando sem entender. - Não Melissa, resposta errada, eu não chamo Douglas, eu chamo amor. Você me chamou de amor? Não, não chamou, então eu não vou responder.

Gargalho com o surto do gato que me olha serio, sem nenhum pingo de brincadeira. Paro atrás da cadeira, pressiono as mãos nas bochechas dele formando um biquinho e contra gosto deixo um selinho na sua boca.

- Antigamente tinha gente que surtava quando eu chamava pelo nome, agora surta por eu não chamar de amor.

- Antigamente a gente não tinha nada serio, agora você já tá no nome do pai. Não adianta me olhar assim não, tá no meu nome e já era. Se liga hein.

- Você que se liga. Fica esperto nessa sua caminhada, aé desculpa, esqueci que você está usando muleta. - gargalho desviando do seu tapa na minha bunda. Mostro língua rindo.

- Quero papo contigo mais não. Estou brincando não Melissa.

- Apelou perdeu, não é você que fica falando cadê o espírito de alegria? - riu mais alto quando sou ignorada por ele. - Tá bravinho, tá?

Ele volta a pentear o seu cabelo me ignorando, ele ama ignorar os outros mas quando os outros ignora ele, ele fica com raiva.

- Mô, Gafanhoto disse que já chegou. - falo pegando a minha bolsa e as minhas cadernetas.

Doce TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora