Capítulo 63

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Point of view Melissa Santos.

Eu nunca mais vou beber. Anoto isso de diversas formas possíveis para não esquecer, o meu erro é começar e não saber a hora de parar. Me empolguei com o vinho e por fim entrei nas trufas de licor. O vinho é gostoso na hora, mas no outro dia me causa uma enorme dor de cabeça.

Encaro o lado vazio da cama ainda sem raciocinar direito, no mínimo é meia hora para o meu espírito se encaixar no  corpo. Ontem a noite quando deitei não vi o momento que Douglas deitou, assim como também não vi a hora que ele levantou.

Enfrento a dor de cabeça e levanto indo direto para o banheiro, só um banho para recuperar a minha dignidade que neste momento não está lá aquelas coisas. Agradeço pelo silêncio, mas me questiono se estou sozinha em casa, do jeito que eu estava dormindo não duvido nada que Douglas tenha falado algo comigo e eu não percebi.

Desço para o andar de baixo após me trocar e pentear o cabelo, entro na cozinha sendo recebida pela bela e gostosa imagem de Douglas sentado na bancada vestindo apenas uma bermuda, enquanto tem a sua atenção em uma folha de papel.

- Bom dia.. boa tarde.. - desejo baixo.

- Boa pra nós, achei que tu ia acordar mais tarde.. Melissa, que óculos é esse caraí? Bagulho maior do que você. - ri largando a folha na bancada estendendo o braço pra mim.

- Shh.. fala baixo. - peço deitando a cabeça no seu ombro. - Hoje tudo parece mais colorido, é muita informação para o meu cérebro que nesse momento está gritando de dor.

- Tu sabe que é fraca pra bebida e quer seguir a cabeça da minha mãe, aquela ali assalta um bar facinho e bebe o que roubou e mesmo assim continua tranquila.

- Por favor, não fala em bebida comigo, só de pensar eu arrepio. Nunca mais vou beber vinho, no outro dia ele me destrói.

- Toma uma dose pra rebater. - olho para ele que acha graça e me dá um selinho. - Estava esperando você acordar pra te levar em um lugar, está em condições de ir?

- Me levar em um lugar, hm? - sorrio. - Estou, eu só preciso beber bastante água para me recompor antes de ir. Vai me dizer onde vamos?

- Se eu dizer perde a graça, a ansiedade e as expectativas fazem parte. Ãn, ãn. - nega. - Não tenta adivinhar, você é horrível com isso.

- Mas que.. isso é calúnia contra a minha pessoa, eu sou boa sim, eu que não queria adivinhar antes. - viro o rosto soltando um "rum".

- Aah, você que não queria né? Hurum, tô ligado nisso, suspeitava.

- É claro, sou humilde. Ontem você demorou pra chegar?

- Um pouco, acabei me enrolando e surgiram alguns problemas, mas nada demais, por isso cheguei tarde. Quando cheguei você estava apagadona no sofá.

- A escada estava muito longe. - suspiro. - Aqui tem remédio para dor de cabeça?

- No armário de cima, na segunda porta tem uma cesta de medicamento, se você tiver sorte você acha um pra dor de cabeça. - concordo indo até o armário para procurar.

- É essa daqui? - aponto tendo a sua confirmação. - Pega pra mim, por favor, está muito alta.

Sem dificuldade ele pega a cesta que está no alto, mexe e estica uma cartela de comprimido. Franzo o cenho encarando ele que volta para o seu lugar.

- Douglas, você não quer me contar nada? - pergunto enchendo um copo d'água. Ele desvia o olhar da folha de papel para mim, tomo o meu remédio sem tirar os meus olhos dos dele.

Doce TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora