Point of view Douglas Gonçalves.
Enfio a mão no bolso esperando por Melissa que está se despedindo do pessoal. Iríamos embora no domingo, mas decidimos ir no sábado de manhã, iria ficar muito cansativo se fossemos embora no mesmo dia que ela tivesse que pegar voo, até porque seria o tempo de irmos pegar as suas coisas e partir para a pista de decolagem.
- Borges disse que o cara estava desfigurado, a tortura foi das brabas? - Castel pergunta parando do meu lado.
Precisei que Borges me ajudasse a consumir com o corpo, por ele morar aqui ele conhece mais essa região. Não podemos vacilar, ninguém pode achar o corpo porque isso iria envolver a polícia e levantar suspeitas.
- Coisa tranquila, peguei leve, estava só me aquecendo. - encerro o assunto vendo Melissa se aproximar.
- Você levou a minha mochila para o carro?
- Levei, bora? - ela concorda se despedindo de Castel. - Amanhã eu tô de volta, qualquer coisa você me liga.
- Fica tranquilo que a gente segura as pontas, aproveita com a sua mulher.
- Por que a gente tinha que ir tão cedo? - Melissa pergunta sonolenta no banco do carro, aceno para Castel ao sair da garagem e olho para ela.
- Porque não vamos direto pra casa, vamos passar em um lugar antes. Ãn, ãn, sem adivinhações, as suas são horríveis.
- Da última vez que você disse isso fomos parar em um Motel.
- Mas você gostou. Mesmo que a ideia do Motel seja algo tentador, não é hoje que você vai desfrutar desse corpinho. É foda cara, hoje em dia as mulheres só querem aproveitar de mim, me sinto usado. - suspiro ouvindo a sua gargalhada.
- O que podemos fazer se o seu corpinho está muy delicioso? A culpa não é nossa, a culpa é sua. - aponta. - Por ser muito gostoso.
- É foda, já basta tanto crime e agora sou culpado por ser gostoso, olha que esse nem foi proposital. Fala tu, dona Anna caprichou, né não? Já não basta ser gostoso, eu sou lindo e cheiroso.
- O único defeito é o ego. - lamenta negando.
- Que defeito o que? Eu hein, se liga. Não é ego, eu sei que sou tudo isso, o que eu posso fazer, não posso mentir. O meu único defeito é ser perfeito demais.
- Vai lá gostosão. - revira os olhos rindo.
- Não precisa ficar com inveja, tá bom? Um dia você chega no nível do pai, mas pra isso falta muita tatuagem.
- Você parou para pensar que você é literalmente um gibi ambulante? Não tem medo de se arrepender?
- Não, cada uma significa um momento da minha vida. Tem alguns desenhos que fiz por fazer, mas que ficaram marcados na fase que eu estava vivendo. Fora que não me vejo sem elas.
- Queria ser assim, tenho medo de fazer outras tatuagens e me arrepender. Essa que eu tenho no braço me arrependo toda vez que vejo, evito até olhar. É uma relação de amor e ódio, às vezes gosto, mas na maioria das vezes não gosto. Ainda vou cobrir ela, o meu medo é cobrir e depois me arrepender do desenho que fiz.
- Sua cara isso aí. Tatuagem é uma coisa que tem que ser pensada, tem que pensar antes de fazer, sou suspeito pra falar sobre isso porque fiz as minhas no calor do momento, deu na cabeça eu fiz. Mas sei lá véi, pensa em alguma coisa que você gosta, é claro, tirando eu, mas se quiser pode escrever o meu nome, eu deixo.
- Deus é mais, eu ainda não cheguei nesse nível de loucura. Se me arrependo dessa, imagina de nome de macho? Estou igual aquele meme que o cara fala: Só de ouvir falar da até um arrepio.
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Doce Tentação
Teen FictionMelissa Santos, uma grande mulher com opiniões fortes e dona de si. Melissa se mudou para o Rio de Janeiro, em busca de conquistar e correr atrás dos seus sonhos. Mal sabia ela que o seu destino no Rio, não fosse apenas correr atrás de seus sonhos. ...