Capítulo 19

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Point of view Melissa Santos.
Terça-feira.

Prendo o cabelo no topo da cabeça, tirando os fios molhados de suor que insistem em ficar grudados na minha nuca.

— Pega o pote de pasta de amendoim, por favor? — Peço entrando na cozinha.

Sempre deixo as coisas no seu devido lugar, assim fica mais fácil para eu pegar. A pasta de amendoim que eu uso com frequência eu deixo embaixo, mas Relíquia usou e colocou em cima onde eu não alcanço, ele sabe que tenho que pegar o banquinho e faz só para me irritar.

Ele pega a pasta de amendoim no armário sem nenhuma dificuldade, nem precisou levantar os braços direito.

Agradeço pegando o pote de um kilo, para alguns pode até ser exagero, mas eu uso com muita frequência e acaba rápido. Além do mais, sai mais em conta do que comprar um potinho de cem gramas que é a metade do preço da de um kilo e que vai acabar em uma semana.

Pego duas fatias de pão de forma e coloco no microondas por quinze segundos, quando o microondas apita tiro os pães quentes tomando cuidado para não me queimar e coloco no pratinho. Passo pasta de amendoim nos dois mordendo um pedaço do pão crocante.

— Muito bom. — Murmuro pra mim fazendo um "ok" com os dedos.

Relíquia olha pra mim com a testa franzida.

— Tá doida, Melissa? Falando sozinha aí, só me responde um bagulho aqui, tu é médium?

Mordo mais um pedaço de pão negando com a cabeça.

— Que eu saiba não, tenho nem roupa pra isso.

— Toda hora que olho pra tu, cê tá falando sozinha, eu heim. — Empurra minha testa com o polegar.

— Vai começar? — Empurro a sua mão. — Aah não, Relíquia, sai. — Afasto o meu pão.

— Qual foi, poodle, vai negar memo?

Fecho a cara mordendo mais um pedaço de pão, Relíquia me tira do sério. Se a sacada não tivesse proteção podem ter certeza que ele já teria experimentando pular de paraquedas, sem a parte do paraquedas.

Reviro os olhos estendendo o meu pão, sei que ele não me daria sossego. Arrependo na mesma hora que ele morde levando a metade como sempre.

— Satisfeito? — Ele faz um "ok" com a mão me imitando. Não consigo conter a risada e acabo rindo.

Ele abre o pacote de Danix com o dente, nunca vi alguém gostar tanto desse biscoito igual ele gosta. Se abrirem o meu armário vão encontrar diversos pacotes que o mesmo comprou.

— Só você sustenta a marca desse biscoito.

— Como só de vez em quando. — Comenta enfiando um biscoito na boca.

— Aah claro, só de vez em quando. — Faço pouco caso e ele ri me estendendo o pacote. — Não, obrigada.

— Deixa de ser fresca, um biscoitinho não mata ninguém. — Diz pegando um biscoito. — Toma. — Leva até a minha boca.

Doce TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora