Capítulo 49

2K 130 43
                                    

Point of view Douglas Gonçalves.

Enfio a mão no bolso esperando Melissa despedir da sua família. Agora são duas da manhã, combinei de encontrar com o piloto às três e meia. Temos muito chão até chegar lá, o caminho é longo, por isso estamos saindo cedo.

- É sério Japa do Paraguai, eu estou bem e.. Se bem que eu estou sentindo uma dorzinha aqui. - Rafaela muda sua expressão, fingindo sentir dor, quando a sua ex namorada aparece.

Não vou facilmente com a cara das pessoas, ainda mais na primeira vez que conheço. Mas a família de Melissa não tem nem como não gostar, são super gente boa e humilde, gosto de pessoas assim. Me trataram super bem, até mesmo Rodrigo, que no começo ficou desconfiado, mas quando viu que não tínhamos nada, relaxou. Coitado, nem imagina o que faço com a princesinha dele. Deixa baixo.

- Mas quando Melissa vir pra cá, você vem também. - Marina fala abraçando o marido de lado.

- Qualquer dia desses cês vão pra lá também.

Me despeço deles com um aperto de mãos e bagunço o cabelo da mini Melissa, que me olha feio igual a irmã faz. Esses dias Larissa me rendeu boas risadas, além dela ser tagarela, ela me contou diversos podres de Melissa, quando a irmã não estava por perto.

Rafaela pisca para mim fazendo um sinal de hang loose, nego com a cabeça rindo disfarçado.

Entro no Uber esperando pela príncipeza. O caminho até a pista de vôo é um pouco demorado, chegamos por voltas das três e dez. O vôo foi tranquilo, não tem erro, o máximo que pode acontecer é dar algum problema e o jatinho cair. De resto, mó paz.

Ao pisar no chão firme, troco uma ideia rápida com Fernandes, o meu piloto. Converso superficialmente sobre o carregamento da maconha, não prolongando o assunto, além de está frio, Melissa está quase dormindo em pé.

Pego a chave do meu carro com Fernandes. Deixo as nossas mochilas no banco de trás e dou a volta entrando, Melissa entra coçando os olhos.

- Relíquia? - pergunta um tempo depois, quando paramos no sinal.

- Fala.

- Aquela hora que a gente estava vindo embora, por que a minha tia piscou pra você? O que vocês aprontaram?

Riu baixo passando as mãos nos olhos sentindo eles cansados. Estou virado desde sábado praticamente, naquele dia quando fomos dormir já era tarde e acordamos dez da manhã.

- O que te faz pensar que a gente fez alguma coisa? A gente só se deu bem, só isso.

- Porque eu conheço a tia que eu tenho, e sei que você também não é fácil.

- An, claro que sou, facinho, facinho. - sorrio de ladinho vendo ela me olhar entediada. - A gente só queimou um junto.

- Meu Deus! É mais um sem noção que o outro, ela está tomando remédio.

- Maconha também é medicinal e.. - paro de falar quando ela me encara em silêncio. - Quando ela chegou já tava no final do beck.

- Agora eu sei o porque dela ter falado tão bem de você. - riu dando de ombros vendo o sinal abrir.

- É claro né pai, dois maconheiro se dão bem. - ela tomba a cabeça me olhando e acaba rindo. - Tava lá fora fumando, até assustei quando vi alguém, quando fui ver era a tua tia. Não pode negar um baseado, tá ligada? É coisa sagrada.

Doce TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora