Capítulo 55

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Point of view Melissa Santos.

Diversas vezes me pego pensando se estou aproveitando a vida, ou se estou apenas existindo atrás de uma rotina que eu acho que é certa. E que talvez, seja o certo pra mim.

E no final dos questionamentos que eu mesma me faço, nunca tenho a resposta exata. As vezes é sim, as vezes é não. Mas a final, qual é o certo? Qual é a forma certa de se viver? Isso não tem resposta exata. Cada um tem o seu jeito, a sua maneira de aproveitar a vida. Mas eu, Melissa, quero aproveitar cada minutinho, para quando eu chegar no final da minha vida, nos últimos segundos, eu possa olhar para trás e finalmente dizer: eu fiz tudo que eu queria, eu superei os meus medos, e fui capaz de fazer coisas que eu não imaginava que era capaz. E então, poder ir em paz.

Eu estou aqui, agora. Eu quero viver, eu quero ser feliz, eu quero ser livre. Quero a liberdade de ser quem eu sou. Nesse exato momento, eu tenho a certeza que estou vivendo cada pedacinho da vida.

Sento em uma das poltronas macias, observando o que não pude observar na primeira vez. Sempre tive a curiosidade de saber como é por dentro, eu poderia morar facilmente dentro desse jatinho, só o valor dele bancária toda a minha vida de luxo, de burguesa safada.

- Treme não Melissa. - Relíquia acha graça quando toca no meu ombro e eu assusto por está distraída. Ele estava conversando com o rapaz que pilota.

- A gente já vai.. AI MEU DEUS! - Seguro firme no seu braço quando sinto que já estamos começando a andar. - Puta que pariu. - fecho os olhos, sentindo um frio na barriga quando saímos do chão. Relíquia gargalha do meu lado.

- A gente já está voando, fica tranquila. Se quiser tirar o cinto.

- Não, não, eu estou bem.

- Não sabia que tu tinha medo de avião.

- Não é medo, é só.. amor a minha vida? Hoje em dia o que a gente mais ver, é acidente de avião e.. puta que pariu! Por que eu fui falar, ai meu Deus, e se esse avião cair? Douglas, pelo amor de Deus!

- Fica na paz, branquela. - diz rindo. - Desse jeito, Deus daqui a pouco aparece na sua frente de tanto você chamar por ele.

- Para de rir de mim, invés de me acalmar, você fica rindo. - Resmungo, e aí que ele ri mesmo.

- Cê tá muito sentimental, vem cá. - Puxa o meu tronco, encosto a cabeça no seu peitoral e ele tira o meu cinto, para eu poder ficar em uma posição boa. - Quer água? Tem whisky também.

- Mas gente.. isso daqui não é um jatinho não. Prosperidade eu diria. - murmuro e ele ri. - Essa poltrona é melhor do que a minha cama.

- Tsc, e você acha que nós é pouca coisa? É só coisa de qualidade. Falando em conforto, você viu o sofá? Ele é melhor do que a poltrona, quer experimentar? - sussurra no meu ouvido me fazendo arrepiar, olho para ele que me olha sugestivo.

- Deixa de ser safado! - riu. - Eu não vou transar com o piloto do lado.

- Fernandes é de confiança, fora que ele nem vai ligar, ele já está acostumado com.. - tiro a minha cabeça do seu peito e arqueio a sobrancelha.

- Você por acaso está querendo transar comigo onde transou com as suas outras negas?

- "Outras" então você também é uma das minhas negas? Mentira, mentira! - gargalha segurando minhas mãos.

- Me larga. - encaro ele seria, o seu sorriso me irrita.

- Oh, sem agressão. Cê nem deixou eu terminar de falar, estava falando que ele já está acostumado com barulho. - sorrir divertido. - Mas e aí, cê também é a minha nega?

Doce TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora