Capítulo 41

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⚠️ ATENÇÃO! Capítulo contem gatilhos, caso você tenha algum gatilho relacionado a ansiedade e crise do pânico recomendo que não leia!

Bloqueio a tela do celular e deixo o mesmo em cima da mesa, viro o copo matando o resto da cerveja de uma só vez. Em comemoração pela missão ter dado certa, Levin está fazendo um churrasco, no mesmo lugar onde horas atrás Moringa começou a ser torturado.

- Você quer mais carne?

Tiro atenção do ponto específico onde eu estava olhando e olho para a morena em minha frente com uma bandeja em mãos, a outra filha de Levin, a que estava na chácara quando cheguei.

- Não, valeu.

- Você mal comeu, ficou o tempo todo aí. - diz estendendo a bandeja para mim.

Pego um pedaço de carne e jogo na boca sentindo ela se desmanchar em uma explosão de sabor, churrasco é churrasco né pai, não tem nem como.

- Relíquia, né?

- Isso mesmo.

- Juliana. - estende a mão, pego na mesma em um aperto. - Queria te agradecer pela ajuda, queria ter vindo antes mas não tinha achado uma brecha.

- Tranquilo, a gente da Maré está a disposição para o que der e vier. O teu pai sempre fechou com nós, não íamos deixar ele na mão.

- Mesmo assim obrigada. - sorri fraco. - Se vocês não tivessem vindo sinceramente eu não sei o que teria acontecido.

- E a amiga da tua irmã?

A garota que foi sequestrada junto da filha de Levin acabou sendo violentada, Levin deu uma assistência para ela, levou para um postinho mais próximo, mas mesmo assim nada apaga o que aconteceu.

A garota não tinha nada com isso, só pelo fato dela ser amiga da filha de um traficante e estava no lugar errado, no momento errado, ela pagou o preço.

Entrar para essa vida tem as suas consequências e uma delas é essa, ou você se mantém na sua bolha afastado de qualquer sentimento e afeto, ou alguém que não tem nada a ver com a escolha que você tomou para sua vida paga o preço.

Juliana diz que a garota está internada, depois dela ter alta ela vai ter que fazer tratamento, vai ter que ser acompanhada por uma psicóloga. Sabemos que mesmo com o tratamento nada vai apagar o que aconteceu, aquilo vai ficar marcado pra sempre na vida dela.

É foda.

(...)

05:12am.

Faço um toque com os caras e troco a última conversa com Levin. Hoje é segunda, resolvemos esperar pelo começo da semana, viajar no final de semana é arriscado além das chances de ter uma blitz é maior.

Dessa vez guardo apenas as armas no fundo falso, a minha maconha zerou. Sento no mesmo lugar de quando viemos, a van está em um silêncio, a grande maioria está com ressaca do final de semana. Agora são cinco da manhã, até às três geral estava bebendo inclusive eu, o que me resultou em uma dorzinha chata de cabeça.

Puxo o capuz da corta vento cobrindo os meus olhos e arrumo uma posição boa, deitando a cabeça na minha mochila.

Não sei o momento que dormi, só lembro de sentir a van balançar por causa da estrada ruim de terra.

(...)

Acordo assustado com algumas vozes e murmuros.

- Fodeu, fodeu, tá tendo blitz. Porra! tamo cercado, não tem como voltar tem carro atrás de nós! - pisco diversas vezes na tentativa de focar as vistas que estão embasadas, quando elas focam vejo luzes vermelhas piscando.

Doce TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora