Capítulo 40

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Point of view Douglas Gonçalves.
Sexta-feira.

O relógio marca três e dez da madrugada, o horário em que passo pela barreira onde se encontra alguns vapores na segurança. Na quinta-feira acordei por volta das sete horas da noite, acabei perdendo a noção do tempo no apartamento de Melissa. Por fim resolvi vir esse horário, faltando pouco tempo para sairmos em missão. Ficar sozinho essas horas é bom, mas a mente maltrata se você não souber controlar.

São quase dezessete horas de viagem, falta um bom tempo para chegarmos, mas a adrenalina já começa a dar sinal pelo meu corpo, misturada com a ansiedade.

Deixo o meu carro na garagem de casa e entro para trocar de roupa. Pego as minhas coisas que deixei separadas antes de ir para o apartamento de Melissa, jogo a bandoleira no pescoço junto do fuzil e coloco a pistola no cós da bermuda.

Passo um rádio para os vigias e saio de casa, encontrando os mesmos no portão, ressalto as ordens de sempre como de costume e parto para a boca, onde é o nosso ponto de partida.

Chego na rua onde fica a boca principal encontrando uma van preta, com a movimentação de alguns homens. Cumprimento alguns com um aceno de cabeça e vou até L1, que está de braços cruzados vendo os homens ajeitarem os armamentos no fundo falso.

Em Mato Grosso, Levin vai fornecer o que precisamos, mas não sabemos como está a situação por lá ou até mesmo o que pode acontecer até chegarmos no nosso destino. Temos que estar sempre preparados, com alguma válvula de escape caso aconteça algo. Além da nossa mente, precisamos de ferramentas.

- Tu vai passando as coordenadas caso acontecer alguma parada, precisar de alguma coisa é só acionar. Confio em tu, tu é o meu cria nós vai tá sempre pra fortalecer. - L1 ressalta.

- Igualmente, vai ser sempre nós, estamos aí para o que der e vier, sempre aí para fortalecer aqueles que são de verdade. Fica na paz que Deus é sempre na frente livrando de todo mal, certo pelo certo e é isso. - digo com firmeza olhando em seus olhos.

Quando coloco a cara a tapa dou o meu sangue, nessa missão não vai ser diferente, vou fazer o que estiver dentro do possível. Mexer com família é vacilação, não sou Deus para cobrar, ainda mais eu que sou cheio de falhas. Não cobro mas faço arrepender.

Levin pediu ajuda, foi humilde de pedir e se ele pediu não custa nada ajudar. Negar ajuda para um parceiro jamais, hoje é eles que estão pedindo, amanhã pode ser nós. Não falo que o mundo é igual roda gigante porque ela demora pra caralho para rodar, porque no mesmo momento em que você está em cima, em um piscar de olhos você pode estar em baixo.

Faço um toque com L1 e entro na van que está com a porta aberta, eu que não vou ficar com essa mochila pesada nas costas. Coloco a mochila no último banco da janela.

- Ô tigre, o esquema aqui pra guardar a pistola é igual das outras?

- Igualzinho, o mano não mudou nada não.

A van que usamos é toda preparada, blindada, fora os fundos falsos para o armamento. Puxo o negocinho do banco revelando o fundo falso, guardo a minha pistola e o meu fuzil. Pego a caixinha metálica na mochila e guardo também, ser pego com maconha é foda. Fecho e saio da van.

- Ann ala, quê que cê tá fazendo aqui, Jão? - Pergunto ao ver Gafanhoto conversando com Jerônimo.

- Tava ajudando os caras com os armamentos. Porra, tive que subir essa desgraça com os bagulho pesado nem três horas era. Se louco, dormi nada.

Doce TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora