Capítulo 51

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Maratona 2/4.

Point of view Douglas Gonçalves.

No dia seguinte voltamos para o galpão às dez da manhã, dando continuidade ao que começamos. Antes de irmos para casa na madrugada anterior, deixamos tudo no seu devido lugar para quando chegarmos, assim não perderíamos tempo.

Mordo o x-tudo enquanto mantenho a minha atenção na tela do computador. Clico na numeração da roupa e finalizo a minha compra.

Estico a perna afastando a cadeira do computador tendo mais espaço, bebo um longo gole de coca-cola gelada tirando o salgado da minha boca. Porra.. quem fez esse sanduiche aqui não tem medo de morrer de pressão alta não, não só tem medo de morrer, como não tem de matar alguém. Estou sentindo as pelinhas da minha boca soltarem por conta do sal. Puxo um pedaço de bacon com os dentes, mesmo salgado não deixa de ser bacon, muito bom.

Tiro atenção da tela do computador e olho para Gafanhoto que está no segundo hambúrguer, é.. O cara é magro mas come igual um desgraçado.

Termino de comer e jogo o plástico fora, aproveito para esticar as costas e as pernas enquanto estou de pé, estou esse tempo todo sentado, pelo menos aquela cadeira cara está servindo pra alguma coisa.

- Porra.. agora deu pra encher. - Gafanhoto diz jogando o plástico no lixo, enfiando um pedaço de chocolate na boca.

- Tinha nem como também. É.. tu é magro de ruim mesmo, porque puta que pariu viu.

- Tô em fase de crescimento. - nego rindo, só se for crescimento mesmo.

Depois do almoço bate aquela vontade de uma sobremesa, mas tudo tem a sua hora. Foder com tudo por causa de um baseado é foda, chega a ser burrice. Deixo o papai Bob Marley que habita em mim de lado e sento na cadeira, coloco o fone de ouvido vendo Gafanhoto sentar do meu lado deslizando o mouse na tela do computador. Olho para ele que molha os lábios arqueando as sobrancelhas, riu negando com a cabeça sorrindo de ladinho. Vejo o momento exato em que o número nove troca por um zero, formando o número treze no relógio.

-Uma hora! - digo firme inspirado todo o ar que o meu pulmão é capaz de suportar. - Preparado?

- E você ainda pergunta? - ri esfregando uma mão na outra. - Nasci pra isso. É agora ou nunca.

Tiro o celular do bolso mandando uma mensagem para Sain, olho para o lado vendo Gafanhoto preparar a chamada, quando tenho a confirmação do outro lado, cutuco Gafanhoto.

Ele liga o radar conectando com o GPS e as condenadas, junto da localização de onde a chamada supostamente será realizada, o seu ponto principal, na base principal do exército. Onde de longe, tem um homem que foi pago para estar ali.

- É agora. - jogo o celular de lado arrumando o microfone em frente a minha boca, para caso algo der errado. Arranco a pontinha da unha ouvindo o primeiro toque, o segundo.. no terceiro ouço a voz do outro lado da linha.

- Base federal, sargento Sain.

- Queiroz. Sargento Pavanelli se encontra? - a voz de Queiroz, do áudio que criamos soa na chamada.

- No momento não. Caso seja importante, a chamada está sendo gravada. - Sain fala o que mandei na mensagem, seguindo as minhas ordens.

- Comandante Queiroz, da base 01 do exército. Após receber pedido de apoio do comandante Román, direto do quartel. Estou enviando um dos meus homens, Ruan Alencar. Essa é uma ordem direta do primeiro comando. - e sem esperar por resposta, a chamada é desligada, dando por encerrada.

Doce TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora